Extensão
Materiais didáticos auxiliam ensino de física para deficientes visuais
O projeto de extensão Física em Mãos, coordenado pela revisora de textos em Braile Gabriela Santos Leite foi criado com o intuito de dar mais autonomia ao aprendizado de física para estudantes com deficiência visual. São utilizados materiais em alto relevo e experimentos para o ensino de magnetismo e eletricidade.
Gabriela, lotada no Núcleo de Ações Inclusivas, conta que formatou o projeto a partir da ideia do professor Jefferson Martins. Ele, que integrava o Núcleo de Física até o encerramento de seu contrato, se viu diante do desafio de lecionar para uma aluna deficiente visual no Campus e propôs a confecção de materiais adaptados para atender a essa finalidade.
Os materiais em alto relevo são utilizados para que os alunos façam uma leitura tátil de circuitos em paralelo e em série, sendo capazes de identificar até a direção da corrente elétrica, podendo fazer a montagem do circuito. Outra ferramenta utilizada foi o uso do som para o ensino relacionado à resistência, permitindo que esses alunos tenham um retorno de diferentes resistências de materiais.
Testes com esses materiais foram feitos com duas pessoas que perderam a visão durante a vida. Neste ano, a coordenadora do projeto pretende aplicar os materiais com pessoas que nunca enxergaram, porque ela acredita que a percepção pode ser diferente. Além disso, essas ferramentas de ensino devem ser levadas para outras escolas.
Para Gabriela, o projeto pode ser muito importante para a inclusão dos estudantes com deficiência visual no aprendizado de física e que pode ser levado também para outras disciplinas. Além disso, destacou o incentivo ao aprendizado por parte destes alunos. “No meu ponto de vista, esses materiais incentivam os alunos a aprenderem, por que não fica apenas na percepção do professor. E também proporcionam maior autonomia para o estudante”.