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CONTEXTO: Custos da construção civil crescem com a alta dos índices econômicos em 2021
Os custos da construção civil no Brasil dispararam em 2021, com as consecutivas altas em dois índices econômicos que regem o setor: o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV); e o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por exemplo, em junho, o INCC registrou alta acumulada no ano de 9,38%, já o SINAPI, entre julho de 2020 e junho de 2021, registrou uma alta de 20,92%, elevando os custos no panorama nacional.
E como é feito o cálculo de uma construção imobiliária? De acordo com a professora Vívian Gemiliano Pinto, do Núcleo de Construção Civil do Campus Juiz de Fora, os cálculos de custos das construções são realizados por meio de composições de valores onde são integrados mão de obra, materiais e equipamentos. Ela ressalta ainda o que pesa mais, na hora de calcular o quanto um empreendimento vai custar. “Os materiais, de maneira geral, são mais onerosos em uma obra, contudo as características específicas dos projetos e interferências de conjunturas econômicas peculiares podem maximizar essa diferença (em relação a mão de obra)”.
Geralmente, segundo a professora Vívian, no cálculo dos custos de um empreendimento habitacional, o índice mais utilizado é INCC, inclusive balizando os reajustes de contratos imobiliários, podendo também impactar no valor de imóveis ainda disponíveis para comercialização. No entanto, tal índice econômico abarca não só os materiais, mas também a mão de obra, equipamentos e outros elementos que fazem parte do setor da construção civil.
Em relação ao SINAPI, Vívian explica que este é o índice utilizado pela Administração Pública Federal, como é o caso do IF Sudeste MG, para definir os valores dos insumos e serviços necessários às obras e à engenharia.
E o custo por metro quadrado da construção civil, como é calculado? Denominado Custo Unitário Básico (CUB), ele é realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON) e divulgado mensalmente no site da entidade. De acordo com a docente, a metodologia de cálculo segue o que é preconizado pela Norma Brasileira 12721:2006 (Versão Corrigida 3:2021) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que apresenta, apenas para as edificações residenciais, 11 projetos distintos, abarcando padrão baixo, normal e alto.
Para cada uma dessas propostas há um projeto arquitetônico e uma especificação técnica, logo, para que se possa estimar o custo de uma edificação residencial, é importante que se identifique o padrão que mais se assemelha ao empreendimento que se quer estimar. Para edificações comerciais a NBR 12721 apresenta seis projetos e para as industriais, dois. “Outro aspecto extremamente relevante é que o CUB não abarca custos com fundações, elevador, ar-condicionado, urbanização, ajardinamento, projetos, remuneração do construtor, entre outros”, explica Vívian.