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Trabalho de Conclusão de Curso analisa a sustentabilidade presente na arquitetura de interiores
Para a conclusão da pós-graduação em Sustentabilidade na Construção Civil, a arquiteta e urbanista Nathália Minatele apresentou para a banca de avaliação sua pesquisa intitulada “A imagem da sustentabilidade na arquitetura de interiores das lojas de varejo: um estudo de caso da Loja Natura”. Sob orientação da professora Yvonne Barbosa, o trabalho foi desenvolvido com o intuito de analisar a sustentabilidade difundida nos espaços de varejo, através de um mapeamento do comportamento de hábitos de consumo e venda, abordando amplamente aspectos sociais e econômicos.
O tema foi delimitado a partir da compreensão semiótica da arquitetura de interiores e como a linguagem sustentável é construída, ou seja, das interpretações que podem ser feitas através da observação do espaço, analisando não só o campo estético, mas também as representações ali presentes. “A partir disso, a segunda parte da pesquisa se apoiou num estudo de caso, para observar como dentro da realidade brasileira a sustentabilidade é representada nos espaços de varejo”, explica Nathália.
Desde 2009 a Natura é eleita como uma das empresas mais sustentáveis do mundo, sendo a primeira do setor de cosméticos, de acordo com o Ranking Global 100, elaborado pela Corporate Knights, empresa canadense especializada em sustentabilidade corporativa. Entre 2018 e 2020 a marca inaugurou uma nova formulação dos espaços físicos, as “lojas conceito”. Com a proposta de oferecer novas experiências aos consumidores, as lojas têm como finalidade trabalhar com a logística reversa, ou seja, atuar ativamente para a redução do impacto ambiental.
“Desde o princípio havia então meu interesse em desbravar novos olhares para a sustentabilidade que unisse a visão para área que já vinha atuando e pesquisando, à arquitetura de interiores de varejo. Com um olhar curioso percebi que é bastante abordada a sustentabilidade na construção civil dentro do âmbito ambiental, isto é, uso de materiais renováveis, ciclo de vida da construção e por aí vai. Porém, no âmbito dos espaços interiores, onde a construção civil é de fato habitada, os pilares sociais e econômicos são ainda mais evidentes”, pontua Nathália.
Nos espaços de varejo, segmento intrinsecamente atrelado à movimentação econômica nacional, a sustentabilidade na arquitetura tem sido utilizada como mudança no modelo de negócio, sendo utilizada como veículo para a divulgação dos valores da corporação. Desta forma é possível atrelar lucro com o desenvolvimento sustentável, impactando positivamente não só o meio ambiente, como também o âmbito social e econômico.
“Além disso, os estudos do varejo atuais mostram que este tem um papel social inseparável nos dias de hoje. As pessoas vão às lojas buscando além do consumo básico, identificação com a marca e valores, entendendo isso, os espaços das marcas funcionam como comunicadoras, educadoras e por vezes como um reflexo da sociedade”, complementa Nathália.
Segundo a professora Yvonne Barbosa, a arquitetura pode transmitir mensagens implícitas à construção, fazendo com que o consumidor e o usuário do espaço possa experimentar sensações dependendo da forma como o arquiteto impulsiona o projeto, nesse sentido, a arquitetura passa a ser um meio de comunicação, indo além da linguagem verbal. “O trabalho da Nathália permite entender melhor como a arquitetura pode ser responsável por essa transmissão de informações sobre a sustentabilidade através da avaliação de lojas de varejo da marca Natura, marca famosa por sua associação e preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade”, finaliza.