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Mês da Consciência Negra movimenta Campus Barbacena
Nos meses de novembro e dezembro, o IF Sudeste MG - Campus Barbacena promoveu o evento do Mês da Consciência Negra com diversas atividades tais como apresentações teatrais, música, dança, arte e oficinas.
Conforme a Diretora de Ensino do Campus Barbacena, professora Ana Carolina Soares Amaral, as ações tiveram como finalidade, não apenas a celebração, mas também a reflexão.
No Campus Barbacena, as atividades foram realizadas pelos estudantes e servidores, através do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) e da Diretoria de Ensino, ambos do Campus Barbacena.
Um dos destaques da vasta programação foi a atuação dos alunos nas peças teatrais. Os discentes, sob a supervisão da professora Sirleia Maria Arantes, participaram de todo o processo de elaboração teatral, desde da montagem, passando pela direção, divulgação e atuação.
Conforme a professora Sirleia Maria Arantes, "em um cenário de persistência do racismo estrutural e os vinte e um anos da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História da África e dos africanos no Brasil, as peças são necessárias e atuais, pois, discutem e apresentam o povo historicamente discriminado, mas que trouxe em seu âmago a formação do Brasil. Não apenas a formação pelo trabalho escravo e sim pela cultura."
A professora compartilhou os resumos das peças teatrais apresentadas no Campus Barbacena:
Sinto o que sinto (Apresentação teatral estudantes do 2º ano B do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do IF Sudeste MG Campus Barbacena).
Sinto o que sinto, livro de Lazaro Ramos. A história segue o personagem Dan, conhecido no Mundo Bita, enquanto ele enfrenta diferentes situações em um dia comum que traz à tona uma variedade de sentimentos. Dan aprende a lidar com suas emoções e, ao final, se conecta com a história de seus antepassados, Asta e Jaser, percebendo a importância da ancestralidade e do pertencimento. O livro aborda temas importantes como sentimentos, ancestralidade, pertencimento, diversidade cultural, aceitação e respeito às diferenças.
O Cabelo da Cora (Apresentação teatral estudantes do 2º ano A do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do IF Sudeste MG Campus Barbacena).
O cabelo de Cora de Ana Zarco Câmara. A narrativa segue a vida de Cora, uma menina negra com cabelos crespos, que adora ir à escola e é muito orgulhosa de seu cabelo. A história aborda questões importantes como autoestima, identidade e preconceito. Cora enfrenta comentários e críticas sobre sua aparência, mas com o apoio de sua família, ela aprende a amar e valorizar seu cabelo do jeito que ele é. E uma história que promove autoaceitação e o orgulho de suas raízes.
O príncipe Preto (Apresentação teatral estudantes do 2º ano do Curso Técnico em Química Integrado ao Ensino Médio do IF Sudeste MG Campus Barbacena).
O pequeno Príncipe Preto de Rodrigo França. A narrativa é inspirada no clássico O Pequeno Príncipe; de Antoine de Saint-Exupéry, mas é reimaginada para refletir a cultura e a história da população negra. Na história, o pequeno príncipe preto deixa seu planeta e viaja pelo universo, encontrando uma diversidade de personagens e aprendendo valiosas lições sobre respeito, aceitação e amor-próprio. O livro aborda temas de diversidade cultural e identidade, celebrando as raízes africanas e a riqueza da história e cultura negra. É uma peça encantadora que convida os leitores a refletirem sobre a beleza da diversidade e a importância da valorização de todas as culturas.
Histórias de Anance (Apresentação teatral estudantes do 2º ano do Curso Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio do IF Sudeste MG Campus Barbacena).
As histórias de Ananse de Adwoa Badoe e Baba Wagué Diakité. Este livro é uma coletânea de contos tradicionais africanos centrados em Ananse, uma aranha inteligente e travessa que é conhecida por sua astúcia e habilidade em enganar. Originárias da cultura Akan, principalmente em Gana, essas histórias foram passadas de geração em geração e são cheias de lições morais e reflexões sobre a natureza humana. Cada conto apresenta Ananse usando sua inteligência para resolver problemas, superar desafios e, muitas vezes, enganar outros personagens. Apesar de suas travessuras, Ananse frequentemente ensina importantes lições sobre sabedoria, coragem, e a consequência de nossas ações. Essas histórias são uma parte vital da tradição oral africana e continuam a ser amadas por crianças e adultos ao redor do mundo.
Omo Obá (Apresentação teatral estudantes do 2º ano do Curso Técnico em Hospedagem Integrado ao Ensino Médio do IF Sudeste MG Campus Barbacena).
Omo-Oba: Histórias de princesas e de príncipes de Ms. Kiusam de Oliveira. É um uma coletânea de contos que reconta mitos iorubás de princesas e príncipes africanos, conhecidos no Brasil como orixás. As histórias narram aventuras, dramas e peripécias desses personagens, que enfrentam guerras, desvendam mistérios, fazem autodescobertas e amadurecem ao longo dos contos. Cada história destaca atributos como beleza, graça, rapidez, determinação e genialidade, e tem como objetivo fortalecer a personalidade de meninas e meninos de todas as idades. Essas narrativas são uma celebração da cultura e identidade afro-brasileira, oferecendo lições valiosas sobre autoestima, resiliência e a importância da ancestralidade.
Os saltimbancos (Apresentação teatral estudantes do 2º ano C do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do IF Sudeste MG Campus Barbacena).
Os saltimbancos de Chico Buarque de Holanda. É uma peça de teatro musical infantil, adaptada por Chico Buarque e Sérgio Bardotti, a partir do conto dos irmãos Grimm. Os Músicos de Bremen e A história narra as aventuras de quatro animais - uma galinha, um jumento, um cachorro e uma gata - que, cansados de serem explorados por seus donos, decidem fugir e tentar a sorte como músicos na cidade. A história dos animais que se unem para buscar uma vida melhor é uma metáfora clara para a necessidade de solidariedade entre os trabalhadores para enfrentar e superar as injustiças sociais A peça possui uma linguagem lúdica e sensível, fundamental ao diálogo com crianças, mas foi utilizada para introduzir questões profundas. Em cada música, e nos diálogos que as intermeiam, é possível encontrar essas ideias, que em muitos momentos ecoam a tradição marxista, dando à história um subtexto anticapitalista e revolucionário. Essa mensagem pode ser inspiradora para a formação da classe trabalhadora, incentivando a busca por justiça e igualdade através da cooperação e do apoio mútuo. Em um cenário de desmonte da escola pública, das reformas trabalhistas, a precarização do trabalho e a formação humana para o trabalho torna a peça necessária e atual.