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Professores escrevem texto em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente

No dia 05 de junho, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. E para promover uma reflexão sobre o tema os professores do Núcleo de Ciências Ambientais escreveram um texto. Leia o texto completo, reflita e compartilhe!

No dia 05 de junho, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. E para promover uma reflexão sobre o tema os professores do Núcleo de Ciências Ambientais escreveram um texto.

Leia o texto completo, reflita e compartilhe!

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

"Vivemos um momento de extrema dificuldade, em um país dividido por ideologias partidárias que colocam em risco o nosso futuro, a questão ambiental deveria ser uma pauta unificadora. Afinal trata-se da qualidade de vida e da sobrevivência de nossas futuras gerações. Não é mais uma questão de salvar mico leões ou sapos amarelos dos olhos vermelhos do interior da Amazônia, mas sim de manter o ar respirável, o clima estável, o regime de chuvas equilibrado e os serviços ambientais que a natureza nos presta gratuitos.

Precisamos manter nossas florestas em pé, livres do fogo e da motosserra, nossas praias livres de óleo, nossos mares livres de plástico, nossos rios livres de efluentes não tratados e nosso ar livre de múltiplos contaminantes. É preciso entender que proteger a natureza significa garantir o alimento na mesa, significa ter acesso a saneamento, educação, significa boa saúde e bem-estar, significa negócios e desenvolvimento. E para que isso se torne realidade, é preciso salvar o mico leão e os sapos amarelos dos olhos vermelhos do interior da Amazônia e além disso quebrar paradigmas sobre a nossa percepção de meio ambiente.

Mas como faremos isso? Como fazer a sociedade entender essas necessidades? Essas questões são nossos grandes desafios. E estamos em busca das respostas. Através da formação de profissionais qualificados na área ambiental, através do desenvolvimento de pesquisas e publicações científicas, através do trabalho contínuo com a comunidade, seguimos buscando se não respostas, pelo menos caminhos a trilhar em busca delas. 

Nós todos sabemos os grandes problemas que temos que enfrentar, problemas que se tornarão ainda maiores e podem comprometer a nossa sobrevivência nos próximos cinquenta anos, o problema da água, do solo, das mudanças climáticas, da invasão de espécies, da segurança alimentar, do crescimento populacional, do avanço dos agrotóxicos, da perda de espécies etc. Em alguns locais, um ou dois desses problemas já tornaram a existência humana insustentável criando uma nova categoria de refugiados, expulsos de seus territórios pela impossibilidade de subsistência e em poucas décadas essa será a realidade de muitos outros povos, se não tomarmos uma atitude. 

Mas o que fazer? O desafio é que não existe uma coisa a ser feita. Não é possível proteger as espécies e continuar contaminando a água, o ar e o solo, ou controlar o crescimento populacional e destruir nossas florestas. Estamos em um caminho não sustentável que não pode ser mantido e não estaremos livres das consequências. Estamos saindo de uma condição de segurança sanitária visando a contenção da pandemia ocasionada pela Covid 19 que ocasionou até o presente momento 6.296.231 mortes em todo o mundo, dentre as quais 666.930 destas mortes foram no Brasil.  Logo, em 50 ou 60 anos inevitavelmente estaremos em um novo cenário ou resolveremos tais problemas por nossa livre vontade ou viveremos em um mundo de guerras, fome e doenças generalizadas. Mas, nós temos escolhas... e acreditem, não somos pessimistas. Os grandes problemas que enfrentamos hoje não são problemas que não podemos controlar como a queda de um meteoro, ao contrário, são frutos de nossa criação. Se criamos, podemos resolver. Isso significa que está em nossas mãos pensar o futuro das próximas gerações.

Buscar tais soluções pode parecer distante de cada um de nós. A dedicação, a persistência e o conhecimento são ferramentas muito poderosas para transformar sonhos em realidade. E nós sempre sonhamos com um mundo melhor.

Com ciência e tecnologia seremos capazes de construir esse mundo sonhado outrora, porém, é também indispensável aprendermos a dialogar. É preciso ouvir as comunidades tradicionais, precisamos nos envolver politicamente, precisamos transformar nossos dados estatísticos inelegíveis em textos agradáveis e acessíveis à população, precisamos promover ações educacionais contínuas e permanentes. Somos poucos na linha de frente da conservação. Vamos juntos, em mais um esforço coletivo construir uma sociedade mais justa."

 Texto: Prof. Geraldo Majela Salvio com adaptações da profa. Antonia Samylla Oliveira Almeida. 

 

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