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Servidor do Campus Barbacena participa do “Covid-19 Hackathon Online”
A Grow+, gestora de investimentos e aceleradora de startups, está promovendo o evento “Covid-19 Hackathon Online” que tem como objetivo buscar ideias estruturadas para combater os impactos do COVID-19 na sociedade. A maratona que se iniciou no dia 23 de março, conta com a parceria de mais de 40 empresas e instituições, como a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, o Pacto Alegre, o HealthPlus e o BioHub.
Os grupos estão trabalhando para entender a realidade que envolve algumas personas escolhidas em busca de ideias para resolver os problemas que elas enfrentam. “Por exemplo, será que não existe uma forma de levar a vacina contra a gripe até o idoso, para que ele não precise sair de casa nesse momento de risco elevado de contágio?”. (Fonte: https://growplus.com.br/)
O programa terá duas fases, na primeira a ideia é encontrar um analgésico para a dor provocada pela COVID-19 nessas pessoas, que pode ser um paciente ou familiar, um funcionário de uma grande empresa que está em quarentena ou alguém que está sofrendo com sintomas e precisa ir ao médico. A partir disso, serão desenvolvidas soluções para todos que estão sendo impactados, como hospitais, postos de saúde, órgãos governamentais, pacientes, empresas, entre outros.
A metodologia se baseia no conceito de inovação aberta (Open Innovation) onde todas as pessoas participam do mesmo ambiente virtual criado para este fim usando a plataforma do Rocket.chat. São cinco personas no total, quais sejam: assintomático, suspeito/diagnosticado, alto risco, profissionais de saúde e empresas de saúde (clínicas, hospitais, planos de saúde, etc.). O objetivo geral é criar ideias inovadoras para cada persona a fim de enfrentar o COVID-19. Essas ideias serão levadas para uma banca de avaliadores, onde as 50 finalistas serão premiadas para serem desenvolvidas.
Cheilon Camargo, psicólogo do Campus Barbacena, foi convidado para fazer parte do evento. O servidor estava fazendo parte de um grupo de persona assintomático com pessoas de diversos lugares e formações diferentes. Posteriormente, Cheilon decidiu participar como mentor e não ficar ligado a um grupo específico. O convite surgiu da Diretora de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação, do Campus Barbacena, Regina Lianda.
Para Cheilon, é muito importante observar o que pode ser feito coletivamente diante de adversidades globais. Segundo ele, está cada vez mais claro que não se trata apenas de proteger os grupos de risco, mas sim de proteger todo um sistema de saúde (na maior parte público, em defesa do SUS) porque as outras enfermidades continuarão acontecendo e corremos um risco grande de não haver espaços de tratamento adequados se a curva da pandemia continuar a subir na mesma proporção de países como Itália e Espanha. “Este evento mostra que não estamos sozinhos e que várias pessoas podem e pensam melhor que uma só”, afirma.
O psicólogo afirma ainda que essa é uma maneira de mostrar que a Psicologia tem muito a contribuir, não apenas em situações de crise, mas em participação de decisões de políticas públicas. “É sobre ir além do que está previsto nas atribuições prescritas de trabalho, é fazer mais, é contribuir diretamente na sociedade em busca do bem comum. Mas de forma nenhuma, isso significa que é fácil. Com a casa sendo transformada em home office, conciliar a rotina de trabalho com a rotina doméstica é um grande desafio para todos nós.”
O evento “Covid-19 Hackathon Online” da aceleradora de startups, Grow+, se encontra em fase de discussão. São mais de duas mil pessoas na plataforma e mais de um mil participantes divididos em 50 grupos. As ideias vencedoras serão anunciadas no dia 10 de abril. Para mais informações sobre o evento é só acessar o site: https://growplus.com.br/ ou o instagram @growplusventures.
Mas afinal, o que são eventos Hackthon?
A palavra Hackathon vem da mistura de duas outras palavras: “hack”, que significa programar com excelência, e “marathon”, de maratona. Traduzindo o conceito para o português, Hackathon é uma maratona de programação que reúne programadores, designers e outros profissionais interdisciplinares ligados ao desenvolvimento de ideias em maratonas de trabalho com o objetivo de criar soluções inteligentes, eficazes e inovadoras específicas para um ou vários desafios. Pode ser um hackathon sobre geração de ideias inovadoras para um determinado problema, modelos de negócio, criação de MVP (produto mínimo viável), etc.
Qual a diferença de um Hackathon Presencial e um Hackathon Online?
O Hackathon presencial geralmente ocorre num espaço delimitado onde as equipes podem ser formadas na hora ou previamente, por exemplo, na Campus Party que ocorre todos os anos no Brasil. Já houve também eventos semelhantes de menor porte que envolviam maratonas de programação na UFMG em que alunos do Campus Barbacena, do Curso de Tecnologia em Sistemas para Internet foram finalistas e ganhadores.
Já os Hackathons online têm estrutura mais complexa que envolve a participação de centenas ou milhares de pessoas não apenas de uma localidade, mas geograficamente dispersos, o que leva a ter uma sinergia maior ainda pela distância. De forma semelhante ao presencial, as equipes podem já serem formadas anteriormente ou após a uma breve apresentação das pessoas com suas áreas de expertise. É necessária uma plataforma estruturada para fazer os encontros acontecerem, ter salas abertas a todos e também salas privadas onde as reuniões virtuais acontecem. A ênfase em documentos e pastas colaborativas é muito maior, onde são criados coletivamente estimulando a participação de todos os envolvidos.
Para Priscila Sad, Coordenadora de Inovação do Campus Barbacena, em tempos de crise, é importante inovar para não estagnar. “Muitos pontos positivos são encontrados em momentos como este, sendo importante persistir e tirar o melhor proveito de todas as oportunidades que são geradas. Desde que a crise da COVID-19 surgiu, pesquisadores em todo o país trabalham em busca de novos medicamentos, montam protótipos de respiradores e peças, produzem EPIs, álcool em gel e muito mais. E diversas pessoas começaram a fabricar máscaras caseiras para venda.”
Priscila dá ainda o exemplo da empresa OpenStartups, que, junto com vários parceiros da iniciativa privada, lançou desafios para vários problemas que surgiram a partir do distanciamento social: trabalho a distância e home office, saúde e tratamentos, varejo, comércio e logística, educação, informação e conscientização, entretenimento, mobilidade, entre outros, permitindo que startups, empresas, governo e sociedade civil possam participar.
Para mais informações: https://www.openstartups.net/site/coronavirus-challenges.html
Texto: Marcela Souza Revisão: Coordenação de Comunicação