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Livro sobre cafeicultoras lançado na ONU tem participação de professora e ex-alunas do IF Sudeste
Muitas páginas da rica história do café no Brasil foram escritas por mulheres, mas elas nem sempre recebem o reconhecimento correspondente a essas contribuições. Escrito por 41 autores e dividido em 17 capítulos, o livro “Mulheres dos Cafés no Brasil”, publicado em 2017 e desde então lançado em várias regiões do mundo, faz justiça ao redimensionar a importância das cafeicultoras na consolidação do país como o maior produtor mundial da cultura. Em 15 de março deste ano, a publicação foi destaque em evento realizado pela ONU Mulheres em Nova York.
Três das mãos que contam essa história e ajudam a entender os diferentes perfis das cafeicultoras têm relação direta com o Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). A professora Danielle Baliza, do Campus Avançado Bom Sucesso, é, além de autora, uma das cinco editoras técnicas. Ex-alunas do curso técnico em Meio Ambiente da mesma unidade do IF, Ana Paula Marques da Silva e Luiza Andrade Zenith também são autoras da publicação.
A relevância do “Mulheres dos Cafés no Brasil” é evidenciada pelas entidades envolvidas em sua produção e em seu lançamento. Com projeto desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA, na sigla em inglês), o livro contou, entre diversas instituições, com o apoio da ONU Mulheres, segmento da Organização das Nações Unidas que visa promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Agenda 2030 da ONU.
O pré-lançamento ocorreu no México, durante congresso da IWCA. Em seguida, o livro foi lançado no Brasil durante a Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte, e na Europa, em uma reunião em Londres da Organização Internacional do Café (OIC). Após o evento da ONU Mulheres, em Nova York, o próximo passo será o lançamento em Brasília, que está previsto para 24 de abril.
“A obra é fruto do trabalho de muitas pessoas e instituições”, salientou a professora Danielle, que é doutora em Agronomia, no ramo da Fitotecnia (técnica de estudo das plantas). “É uma rede multidisciplinar, que, por um esforço conjunto, pôde oferecer o primeiro perfil sobre as mulheres nos Cafés do Brasil, com ênfase na mulher rural. Essa rede também envolveu financiadores importantes, como a ONU Mulheres, que permitiram que esse trabalho fosse bem-sucedido”.
O Capítulo 9, que teve a contribuição de sete autores (entre eles, Danielle, Ana Paula e Luiza), traça o perfil das mulheres na cafeicultura das regiões Oeste de Minas e Campo das Vertentes. Em sua revisão de literatura, o capítulo mostra que a mulher é protagonista no setor, não raramente sendo responsável pela introdução de novas práticas de produção e cultivo em sintonia com a ideia de Desenvolvimento Sustentável. Baseado em 204 entrevistas, o trecho da publicação detalhou, entre outros, aspectos profissionais, socioeconômicos e de satisfação das cafeicultoras.
De acordo com a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho, o estudo detalhado do perfil das cafeicultoras oferece uma oportunidade sem precedentes para aprimorar o desenho de políticas públicas e renovar as práticas de mercado, a fim de aproveitar ao máximo as mulheres na economia cafeeira no Brasil.
Você pode fazer aqui o download da versão em Português do e-book “Mulheres dos Cafés no Brasil”.