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“É necessário olhares mais atentos ao cerrado brasileiro”, alerta agroecólogo belga

Luc Vankrunkelsven esteve no Campus JF e apresentou para os alunos dos cursos integrados os trabalhos desenvolvidos pela Ong Wervel há mais de 30 anos.

A biodiversidade brasileira foi tema de uma palestra realizada na manhã desta quarta-feira (18) para alunos dos cursos integrados. O agroecólogo belga Luc Vankrunkelsven, destacou que assim como o caso da Amazônia, amplamente discutido atualmente, é necessário olhares mais atentos ao Cerrado brasileiro, na região centro-oeste, que também tem sido alvo de desmatamento.

O palestrante está a frente, há 30 anos, da Ong Wervel, que em português significa Grupo de Estudos por uma Agricultura Justa e Sustentável. Ele desenvolve diversos trabalhos sobre a degradação ambiental causada pela agricultura moderna, tanto no Brasil, quanto na Europa, especialmente na Bélgica. Muitos desses trabalhos estão voltados para a produção de soja e seus impactos no meio ambiente. O Brasil é um dos maiores exportadores do produto no mundo, sendo grande parte produzida na região de Cerrado. Esse ecossistema é caracterizado por uma vegetação savânica e cobre um quarto do território brasileiro, o que corresponde a dois milhões de Km².

Segundo Vankrunkelsven, o impacto dessa produção tem trazido efeitos danosos ao meio ambiente. Cerca de 46% da cobertura vegetal foi devastada, muito em consequência da expansão de pastos e plantações de soja. “Nosso objetivo não é apenas falar dos problemas, mas também de soluções. Na agroecologia trabalhamos com a proposição de modos de produção na agricultura menos agressivos, que podem responder às demandas ambientais e econômicas”.

Para o palestrante, é importante despertar nos jovens a consciência de uma agricultura mais sustentável e mais justa. “Trazer este debate para o universo do público mais jovem também é uma forma de fazer frente a estes desafios”.

 

 Por Pedro Lima

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