Coma bem, vá menos ao mercado e economize. Confira as dicas!

Em matéria anterior, falamos sobre a importância de uma alimentação saudável para fortalecer o sistema imunológico, especialmente em meio à pandemia de coronavírus. Dentre as diversas consequências negativas da Covid-19, está a redução do orçamento de muitas famílias.  

Aí, você pode ter se perguntado: Como manter uma alimentação saudável e diversificada evitando sair de casa e com pouco dinheiro no bolso?

A resposta para este questionamento passa necessariamente por duas palavrinhas mágicas: aproveitar e planejar. E não dá para usar a falta de tempo como desculpa!

Confira as dicas das professoras Anne Danieli Nascimento Soares, Renata de Souza Ferreira e Marilene Guimarães, do Núcleo de Nutrição do Campus Barbacena.

Quem disse que casca é lixo?

A primeira dica para otimizar a relação custo e benefício e extrair todos os nutrientes dos alimentos é aproveitá-los integralmente. “As cascas, talos e sementes de verduras podem ser utilizados como forma de enriquecer as preparações com fibras e compostos bioativos”, afirma Anne.

Pensando em diminuir às idas ao mercado, reduzir o desperdício e aumentar a durabilidade dos alimentos, a professora Renata de Souza Ferreira lembra que algumas frutas e hortaliças continuam seu processo de maturação após a colheita, e, por isso, são uma boa opção para este período, pois a pessoa poderá adquirir o vegetal ainda não completamente maduro. Banana, mamão, abacate, maçã, pêra e tomate são alguns exemplos.

Caso já estejam maduras, frutas e hortaliças devem ser armazenadas na geladeira (no gavetão, na parte de baixo). Um cuidado importante é retirar partes estragadas antes de armazenar e não guardar frutas e vegetais molhados, pois com a umidade, eles estragam mais rapidamente, em especial os folhosos, que são mais perecíveis.

Antes de consumir, os alimentos devem ser lavados e desinfetados. Para desinfetá-los, coloque-os de molho por 15 minutos numa solução de 2 colheres de água sanitária para cada 1 litro de água. Seque um a um e guarde na geladeira. Este processo elimina vírus e bactérias.

Planeje o cardápio!

Outra dica para não desperdiçar, é o planejamento. A professora Marilene Guimarães sugere que a família elabore cardápios semanais ou quinzenais. Segundo ela, o ideal é fazer este planejamento, organizar a lista de compras, ir ao supermercado e comprar apenas o programado e nas quantidades certas.

 Para garantir um cardápio diversificado e rico em nutrientes, a professora dá dicas:

- Nas saladas, coloque sempre 2 ou 3 variedades de hortaliças, de cores diferentes. Sirva pelo menos uma variedade crua. Deve-se comprar os produtos que estão na safra, que são mais baratos e nutritivos. A dica é usar primeiro as hortaliças que estragam mais rapidamente.

- Faça o cardápio apenas com preparações já testadas. Evite novas receitas neste momento para não correr o risco de perder alimentos, caso o teste não dê certo.

-Aproveite as sobras limpas do almoço em preparações para o jantar.

Nada deve ser salgado, nem mesmo o ticket do supermercado!

Para garantir que seu dinheiro seja aproveitado da melhor forma possível, siga os seguintes passos:

- Defina e respeite o próprio orçamento.

Muitas pessoas compram sem levar em consideração o que realmente precisam e o que podem gastar. Assim, devem-se evitar promoções de produtos que não estejam na lista de compras. É preciso ter foco.

- Faça uma lista de compras.

A lista organiza as compras e auxilia na seleção apenas do que é necessário, evitando desperdício e compra de produtos supérfluos. É preciso verificar tudo o que tem no estoque evitando comprar itens repetidos. É interessante que a lista seja organizada de acordo com as seções do supermercado: enlatados, massas, hortifruti, material de limpeza. Assim, as compras serão realizadas com maior rapidez e sem risco de esquecer algum item.

- Faça pesquisa de preço.

Muitos estabelecimentos costumam colocar determinados produtos em oferta e aumentar o preço de outros. É essencial realizar uma pesquisa de preços antes de sair de casa. Verifique a sua lista de compras e defina o local mais vantajoso. Use a internet para isso!

- Evite realizar compras com fome ou pressa.

Fome e pressa interferem na adesão ao próprio planejamento, pois há o risco de comprar alimentos supérfluos simplesmente por impulso.

- Evite levar crianças às compras.

Por questão de segurança devido à pandemia, o ideal é que a criança fique em casa. Além disso, o pequeno pode pedir diversas guloseimas, é provável que você não resista e isso poderá extrapolar o orçamento previamente definido.

Congele sem entrar numa fria!

O congelamento gera uma perda de parte dos minerais e vitaminas hidrossolúveis dos alimentos. Ainda assim, segundo Renata, pode ser utilizado para ter alimentos naturais por mais tempo e como uma solução para evitar a perda.

Antes de congelar, os alimentos devem ser higienizados e picados ou processados, de acordo com o item.

Para evitar o escurecimento ou a alteração de sabor podemos usar a técnica do  branqueamento, que consiste em ferver o alimento por no máximo 3 minutos e depois resfriá-lo (em uma bacia de gelo), na sequência.

Aplicada esta técnica, podemos colocar as porções de alimentos, de preferência a quantidade habitual de consumo da família, para uma refeição, em sacos plásticos. É melhor trabalhar com porções pequenas, não devendo exceder a 2 quilos, pois dificulta o processo de congelamento e descongelamento.

As embalagens para armazenar os alimentos precisam ficar bem vedadas. Pode ser um saco plástico, ou pote com tampas bem ajustadas, por exemplo de plástico (polietileno) ou de vidro.

Coloque uma etiqueta com o nome do alimento e a data de congelamento. Quando armazenado no congelador acoplado à geladeira, a validade varia entre 1 a 3 meses, dependendo do alimento. 

Alguns alimentos não devem ser congelados. É o caso dos folhosos, dos cremes, da batata cozida, entre outros.

E, atenção, um alimento descongelado, não deve ser congelado novamente!