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Artigo científico avalia como o debate religioso se fez presente durante a campanha presidencial de 1929-1930

Jefferson de Almeida Pinto, do Núcleo de História, teve artigo publicado em importante revista científica, editada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Capa “A Gazeta” de 21 de dezembro de 1929. Acervo da Biblioteca Nacional.
"O 'aborto' de Júlio Prestes na campanha presidencial de 1929-1930" é o título do artigo científico escrito pelo professor Jefferson de Almeida Pinto, do Núcleo de História, para a Revista Hydra, publicação acadêmica editada pelo Programa de Pós-Graduação em História da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (Eflch/Unifesp). O trabalho é fruto das pesquisas  sobre as relações entre a cultura jurídica e a cultura religiosa no Brasil, e foi desenvolvido com o auxílio de duas alunas bolsistas de iniciação científica, Marcela Fernandes da Silva e Gabriella Machado Neves Santos, ambas, atualmente, egressas do curso técnico em Metalurgia Integrado.

O artigo analisa e avalia como o debate religioso estava presente durante a campanha presidencial de 1929-1930, e suas influências na candidatura de Júlio Prestes e de Getúlio Vargas. Prestes, candidato da oligarquia paulista à presidência, foi acusado de não estar condizente com os interesses da família brasileira e da Igreja. "Havia uma disputa de narrativas. Os que apoiavam Vargas diziam que seu opositor, Julio Prestes, estava vinculado a uma proposta liberal que visava romper com o vínculo matrimonial, considerado sagrado pela Igreja, por meio do estabelecimento do divórcio a vínculo”, explica o professor. Além disso, frisa que trata-se de entender uma narrativa que relacionava o presidenciável a um discurso que ia contra as orientações do catolicismo de combater o divórcio.

Segundo Jefferson, a imprensa brasileira teve uma importante função nesse contexto, uma vez que as informações alcançavam a população por meio dos veículos de comunicação da época. Sendo assim, de acordo com Marcela, “é possível concluir que grande parte dos pareceres ali se tornou acessível para os brasileiros e, consequentemente, para a formação de sua opinião”. Gabriella concorda e acrescenta que muitos jornais também se posicionavam quanto ao apoio a um dos candidatos. “Para se saber sobre a rotina política e pessoal dos candidatos era só ler os periódicos, entretanto, muitos jornais apresentavam tendências ou de apoiar Júlio Prestes, ou (de apoiar) Getúlio Vargas”.

A revista Hydra é uma publicação acadêmica semestral, com a qualificação B1 pelo Qualis/Capes, sistema brasileiro de avaliação de periódicos, mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Tal classificação coloca a revista publicada pelo Programa de Pós-Graduação em História da Unifesp como um periódico de excelência nacional. Para Marcela, a publicação de um artigo em uma revista conceituada foi muito importante para sua formação, principalmente por ter feito parte da pesquisa ainda no ensino médio. Gabriella pensa o mesmo e destaca também a importância da publicação para o nosso campus. “Sendo assim, acredito que a publicação do artigo contribuiu de forma a divulgar o trabalho de pesquisa realizado no campus com compromisso e seriedade, e também para demonstrar que os institutos federais são um local de fonte da ciência”.

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