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Projeto de extensão oferece formação midiática sobre fake news para terceira idade

Inscrições já estão abertas e são gratuitas, com limite de participantes. Todos os encontros acontecem de forma remota.

Com o objetivo de educar o público de terceira idade para as novas mídias, o projeto de extensão  “Literacia Midiática na terceira idade: apontamentos para o reconhecimento de fake news nas redes sociais virtuais” irá realizar capacitações com grupos de idosos para um uso consciente dos meios digitais. A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Campus Juiz de Fora e o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Paulista (Unip) e acontece de maneira remota, através do Google Meet.

O conceito de literacia midiática diz respeito à capacidade do indivíduo de consumir e se expressar de maneira responsável e crítica através da rede. Com a atual cultura digital e de convergência das mídias, vivenciamos uma revolução em nossa forma de se comunicar, se informar e se divertir. Para as gerações mais jovens, que cresceram em meio a este contexto, isso pode parecer muito natural, mas para os mais antigos, que em pouco tempo viram diversos aparelhos e tecnologias surgindo e desaparecendo, isso é um pouco mais complexo. Diante disso, o projeto tenta trabalhar noções de cidadania digital e manuseio de equipamentos como celulares, tablets e computadores com um público acima dos 55 anos. 

“Nosso projeto pretende não somente desenvolver competências para utilização de dispositivos, mas criar formas de fazer os participantes compreenderem o fluxo de sentidos dentro de um ambiente midiático, tendo a capacidade de adaptar-se, agir, interagir e reagir às interferências externas, como as fake news”, explica Pedro Farnese, jornalista do Campus JF e um dos coordenadores do projeto. Diferentemente de mídias como a TV e o rádio, cujos profissionais eram mediadores entre o público e a informação que chegava a ele, na internet qualquer pessoa pode falar sobre qualquer assunto, muitas vezes simulando uma notícia real, devidamente apurada. Diante disso, ele acrescenta que ações de educação nas mídias são fundamentais para debater este novo contexto instaurado com as tecnologias digitais, que além de criar novas formas de comunicação, também tornou-se um elemento central em nossa busca de informações e tomadas de decisão. 

Para as oficinas, serão compostas cinco turmas de até seis alunos, uma a cada mês de execução do projeto. As atividades foram divididas em quatro módulos. O primeiro trabalha noções gerais de uso da tecnologia e dispositivos, como smartphones e computadores. O segundo foca no funcionamento básico de redes sociais como Instagram, Whatsapp e Facebook. Já os últimos dois módulos são voltados à conscientização sobre notícias falsas, formas de verificação e checagem de informações. Todos esses encontros acontecem na primeira semana, com quatro reuniões de duas horas cada. Na segunda semana, os monitores da oficina continuarão o contato com os participantes através do WhatsApp para verificar a aprendizagem e estimular o uso das ferramentas digitais.

A professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura das Mídias da Universidade Paulista (Unip), Carla Montuori, destaca a importância da literacia midiática em momentos importantes para o país, como durante processos eleitorais ou a pandemia do coronavírus. Ela coloca que, durante o período de isolamento social, a ausência de uma educação nas mídias contribuiu para que as pessoas recebessem um número maior de informações falsas em relação ao vírus e não tomassem as devidas prevenções. "Eu costumo dizer que a pandemia da COVID-19 veio ao lado de uma 'infodemia', como declarou a própria Organização Mundial da Saúde. Isso porque as redes sociais permitiram um número exorbitante de informação a respeito do tema, que era algo novo e desconhecido, o que por si só gera uma possibilidade de ruído.” 

Ela acrescenta que, durante a pandemia, no mesmo ambiente onde uma pessoa encontra serviços importantes como o auxílio emergencial, ela também encontra um enorme volume de informações incorretas sobre o novo vírus. "Tivemos desde receitas caseiras para tentar prevenir ou curar a doença, até orientações inadequadas que não tinham um aval de especialistas. Vivenciamos uma ampliação do negacionismo científico, com pessoas que evitavam o uso de máscaras e tomavam medicamentos que não tinham comprovação científica de eficácia contra o vírus." Dessa forma, a oficina irá possibilitar aos participantes perceber os pontos positivos que a conectividade traz, mas também alertá-los quanto aos perigos presentes na rede, como as fake news, fraudes e golpes.

Enquanto prática de extensão, o projeto articula diversos campos e entidades de pesquisa, além de integrar o Campus Juiz de Fora à comunidade externa. Também funciona como oportunidade para os alunos do curso de Sistemas de Informação complementarem sua formação com atividades técnicas, humanísticas e inclusivas. Ao realizar a formação com os participantes, os alunos não só contribuem para conscientização acerca de notícias falsas, mas também evitam sua propagação através do desenvolvimento de um olhar crítico. “No nosso caso, em um contexto permeado pelas conexões estabelecidas pelas tecnologias, cada vez mais incorporadas ao cotidiano das pessoas, apropriar-se dessas ferramentas e conhecer suas potencialidades tornam-se imprescindíveis para a vida em sociedade”, finaliza Pedro.

 

Literacia Midiática na terceira idade: apontamentos para o reconhecimento de fake news nas redes sociais virtuais

Inscrições: através do email literamidia.jf@ifsudestemg.edu.br, enviando nome completo e telefone de contato. 

Público-alvo: população acima de 55 anos

Plataforma: Google Meet

Valor: Gratuito

 

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