Black Friday vem aí: veja os cuidados necessários para sua segurança nas compras online

No dia 26 de novembro ocorre a edição anual da Black Friday, período muito esperado pelos consumidores e comerciantes, que buscam descontos expressivos e aumento no número das vendas. A data que ocorre desde 2011 no Brasil cresce exponencialmente e bate recorde de vendas ano a ano. De acordo com a pesquisa elaborada pela Conversion, é previsto um crescimento de 14,7% nas compras em comparação com 2020. Na editoria contexto da semana, entrevistamos o analista de Sistemas do Campus JF, Alexandre Rocha, para saber como evitar golpes e fraudes nesse período.

A pandemia influenciou diretamente nos hábitos dos consumidores, trazendo práticas que vieram para ficar, sendo um bom exemplo, as vendas por e-commerce. Segundo a pesquisa, 72% dos entrevistados pretendem realizar as compras em lojas virtuais, seja em sites ou aplicativos de compras. Entre os produtos mais visados estão celulares e eletrônicos, que tiveram uma alta nos preços com a inflação. 

Com a queda nos preços, é necessário atenção redobrada ao realizar a compra de proutos e serviços pela internet. De acordo com a empresa especializada em soluções antifraude, a ClearSale, ações fraudulentas podem crescer 52% na Black Friday deste ano. Só no primeiro trimestre, houve um aumento de 84% nas tentativas de fraudes pela internet, sendo o principal alvo produtos mais caros.  

A data proveniente da cultura norte-americana teve sua expansão com a globalização e convergência midiática,  alcançando vários países  e fomentando o mercado mundial de varejo. Com a popularização foi inevitável que algumas lojas utilizassem a data para atrair os consumidores infringindo artigos da defesa do consumidor, além de crimes mais graves cometidos em sites irregulares, como estelionatos, interceptação de informações pessoais e roubo de credenciais bancárias. 

De acordo com Alexandre Rocha, ao efetuar uma compra em uma loja duvidosa, o consumidor está se arriscando a não receber o produto ou receber um produto que não corresponde ao anúncio e em casos mais graves ter dados roubados e até ser cobrado por outras compras sem a sua autorização. Também é possível que haja o vazamento de informações pessoais, como endereço, telefone etc. 

Dentre os crimes crimes cibernéticos que mais acontecem por meio de compras online se destaca o phishing (em português pescar). “É uma técnica muito frequente e consiste em uma maneira de fazer a pessoa informar seus dados pessoais, como senhas e números de cartão de crédito, achando que era para uma finalidade, quando na verdade estão sendo roubados por criminosos. Isso pode ser feito através de e-mails informando sobre um prêmio, uma encomenda que precisa ser rastreada ou alguma oferta muito tentadora”, explica Alexandre. 

Além da prática, também existem lojas virtuais falsificadas, que muitas vezes utilizam nomes muito semelhantes aos de lojas de e-commerce famosas. nelas é possível acessar o catálogo de produtos e efetuar a compra, mas não ocorre o  recebimento do produto. O grande risco de não manter registros que comprovem a compra é que depois de algum tempo essas lojas são apagadas. Portanto, sempre desconfie se o valor do produto estiver muito abaixo da média. Utilize buscadores para comparação de preços pois uma técnica muito utilizada em crimes cibernéticos é chamar a atenção do usuário com uma oferta muito tentadora.

Outro risco para o consumidor é clicar em links desconhecidos. Ao fazer isso, o consumidor pode ser direcionado a um site falso e ter seus dados roubados e seu dispositivo infectado por alguma ameaça cibernética. O aparelho pode estar suscetível a “ataque de malware, quando seu dispositivo é infectado por um vírus, worm, spyware, ransomware etc, que são softwares que são instalados sem o conhecimento do usuário, com diversas finalidades, por exemplo, fazer alterações prejudiciais, apagar arquivos ou roubar dados pessoais”, aponta Alexandre. 

Apesar dos riscos, é possível identificar ações suspeitas e evitar cair em golpes. É primordial que o consumidor procure informações sobre a loja online que pretende comprar e buscar no site informações como CNPJ, endereço físico e canais de contato com o consumidor. “Além disso, costumo utilizar para comparações de preços os principais buscadores, como Zoom e Buscapé, pois eles já fazem um filtro eliminando lojas não confiáveis. Além disso, utilizo também os sites Reclame Aqui e o Consumidor.gov que nos permitem pesquisar sobre a reputação das empresas e ver as reclamações dos usuários”.

Mesmo que todas as verificações de segurança já tenham sido feitas, nunca efetue sua compra em um dispositivo público, sejam computadores de bibliotecas, infocentros, ou até mesmo pelo celular de outra pessoa, pois tais dispositivos podem ter sido preparados para roubar seus dados ou estarem contaminados por vírus. 

Por fim, ao realizar o pagamento de um produto ou serviço, certifique-se de que esteja em um site seguro. É possível conferir o endereço do navegador que deve conter o símbolo de um cadeado. Ao clicar no cadeado, deve aparecer o certificado de segurança do site afirmando que a conexão é segura. Outras dicas você pode encontrar no site do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor