Geral
Aluno do Campus JF apresenta artigo sobre amortecedores de veículos em evento internacional
O aluno do curso de Engenharia Mecatrônica, Gabriel Barbosa, participou do 26º Congresso Internacional de Engenharia Mecânica (COBEM), realizado de maneira remota. Ele apresentou um trabalho que estuda novas maneiras de identificar a necessidade de troca do amortecedor em veículos automotores. O artigo é fruto da colaboração com os professores Sara Del Vecchio, Marcio do Carmo Barbosa Poncilio, Thiago Oliveira e Daniel de Almeida, que participaram de sua banca de Trabalho de Conclusão de Curso.
Gabriel explica que o amortecedor é a peça responsável por dissipar a energia vibracional proveniente do pavimento. Caso essa energia não seja dissipada, ela é armazenada na suspensão do veículo e causa mudança no balanceamento das forças de reação da roda. “Quando passamos em uma lombada ou fazemos uma curva, os pneus são carregados de forma diferente. Por exemplo, quando fazemos uma curva à esquerda, os pneus do lado direito do carro estão mais carregados, e essas relações são previstas em projeto. Se tivermos amortecedores falhos, essa distribuição de forças pode desbalancear o carro e causar a perda de fricção.”
Sendo assim, a vida útil de um amortecedor está diretamente ligada ao tipo de asfalto que o veículo está sujeito. Um veículo que só transita em rodovias terá discrepâncias com relação à vida útil do amortecedor de um veículo cuja utilização se dá em vias locais. “Eu gosto de dar o exemplo de que a vida útil de um amortecedor aqui em Juiz de Fora vai ser bem diferente do que a de um amortecedor de um carro que transita em Brasília. E se a vida útil desse componente está prioritariamente ligada ao tipo de asfalto, a técnica atual de troca pela quilometragem não é completamente eficaz, porque 60 mil quilômetros rodados em um ótimo asfalto pode não causar os mesmos efeitos do que a mesma distância percorrida em vias mais deterioradas”, completa Gabriel.
A ideia da pesquisa foi estudar os comportamentos do veículo com amortecedores em diferentes estados de sua vida útil, para analisar o comportamento do veículo e inferir a vida útil do amortecedor. Com isso, poderia ser inserido um sistema embarcado para que o veículo consiga se diagnosticar e falar para o motorista que está precisando de certos itens, nesse caso, o amortecedor. “O trabalho apresentado foi o primeiro passo, começamos analisar esse comportamento no espectro da frequência, ou seja, analisando as concentrações de amplitudes através de vários cenários de vibrações. Já conseguimos notar padrões que indicam o desgaste e podem servir como indicadores para a troca.”
O COBEM 2021 aconteceu de forma virtual, através da plataforma Zoom, e com transmissão pelo Youtube. De acordo com Gabriel, sua pesquisa ajuda não só no desenvolvimento de tecnologias, mas também no desenvolvimento da análise crítica e dos próprios pesquisadores. “A gente mostra nossa capacidade em gerar conhecimento técnico de qualidade. O Brasil tem um potencial grande para o ramo de engenharia e a gente observa isso em empresas como a Embraer, WEG e Helibras. Para o Instituto, é ainda melhor, pois mostramos que temos pessoas dedicadas, capazes e que podem gerar conhecimentos técnicos de qualidade, validando o trabalho desempenhado na instituição”, conclui.