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Projeto de extensão lança documentário e história em quadrinhos sobre o Tupi

A iniciativa é coordenada pelo professor Ciro Vale, do Núcleo de Geografia e teve um evento de lançamento realizado na última quarta-feira, no Campus Juiz de Fora.

Nesta quarta-feira, 25, foram lançados no Auditório do Bloco Administrativo do Campus Juiz de Fora, a série documental  “O Galo Cantou — A História do Tupi Foot Ball Club” e a história em quadrinhos "O Fantasma do Mineirão”, produtos do projeto de extensão “O Galo Carijó e seu lugar na identidade juiz-forana - Um resgate do Fantasma do Mineirão”, coordenado pelo professor Ciro Vale. O projeto também foi tema da editoria Feira de Ciências, no último ano. 

O objetivo da iniciativa é valorizar a identidade juiz-forana a partir do resgate da história do Tupi Foot Ball Club, um dos mais tradicionais clubes da cidade. Na pesquisa que subsidiou os materiais elaborados pela equipe do projeto foram entrevistadas mais de 70 pessoas, incluindo pesquisadores, ex-jogadores, ex-dirigentes e torcedores. Documentos e materiais históricos, como notícias, livros, fotografias e vídeos, também foram consultados para a realização do documentário. “Acreditamos que o documentário e a HQ vão possibilitar que as novas gerações conheçam a história do Tupi”, conta Ciro, que buscou trabalhar a questão do sentimento de comunidade, conhecido na Geografia como topofilia, junto aos professores e alunos participantes. 

Série documental 

Inicialmente, para o documentário, a ideia era contar o episódio conhecido como "Fantasma do Mineirão", no qual o time de 1966 do Galo Carijó venceu Cruzeiro, Atlético - MG e América - MG no estádio da Pampulha. Entretanto, com a pesquisa realizada e o contato com os personagens, percebeu-se a oportunidade para a produção de mais dois episódios, um contando sobre a história de Juiz de Fora e o nascimento do Clube, e outro destacando os feitos do Tupi na década de 1980, após o incidente do ''fantasma''. Os três episódios juntos compõem uma trilogia temática, e foram exibidos num evento de estreia nesta quarta, 25, no Campus Juiz de Fora.

"Nós fizemos entrevistas muito interessantes com torcedores, narradores, jornalistas, ex-atletas e ex-dirigentes do Tupi. Foi uma experiência densa que proporcionou um trabalho muito rico para os alunos envolvidos na criação dos materiais", conta Ciro. Ele acrescenta que o surgimento do Tupi também guarda relações com o processo de urbanização da cidade, contando também um pouco da história de Juiz de Fora. 

Ele ressalta que, inicialmente, todo o grupo se reunia semanalmente para entender mais sobre a história do clube, o que os ajudou a subsidiar as demais tarefas. "Dividimos os bolsistas de acordo com suas aptidões. Um grupo ficou sob a supervisão da professora Patrícia Botelho, e o outro grupo sob a nossa supervisão e dos voluntários externos. Tanto na produção da HQ e do documentário, os bolsistas fizeram uma imersão sobre a história do Tupi. Muitos alunos se descobriram nas funções de desenhistas, roteiristas e auxiliares de edição, por exemplo."

Ao todo, foram nove alunos bolsistas envolvidos no projeto. João Pinheiro tem 17 anos e participou da elaboração do documentário motivado pela memória de seu tio-avô, o Francinha, que jogou pelo time na década de 1960. “Minha avó me mostra as fotos dele jogando no Tupi. É uma memória que eu já tinha. Isso intensificou minha vontade em fazer o documentário." Ele conta que ficou responsável por conduzir a maior parte das entrevistas, incluindo grandes nomes como o pesquisador Léo Lima, filho do ex-jogador Eurico, e Ângela Maria, torcedora símbolo. 

História em Quadrinhos

Além do documentário, foi produzida uma história em quadrinhos (HQ), em parceria com o núcleo de Letras e coordenada pela professora Patrícia Botelho. Além dos bolsistas que atuaram na elaboração da HQ, esta etapa do projeto ainda contou com a colaboração do professor Emerson Muniz, do Núcleo de Geografia, do pesquisador do Tupi, Leonardo Lima, e de voluntários externos. 

A história em quadrinhos foi criada pelos próprios alunos, desde o roteiro até a arte final. Ela conta, através do relato de um avô para seu neto, sobre o time que venceu os maiores times de Minas no Estádio Mineirão, em 1966, sendo convidado também para um amistoso contra a Seleção Brasileira em Caxambu, na preparação para a Copa do Mundo. Os quadrinhos serão distribuídos em escolas da rede pública municipal, estadual e federal, e em outras unidades do Instituto. Um exemplar físico também foi distribuído a quem participou do evento de lançamento, no Campus Juiz de Fora. 

Através de sua presença na cidade e da relação de afeto que a população desenvolveu com o Clube, o Tupi configura-se como importante elemento de identidade dos juiz-foranos. "Por isso, buscamos, com a HQ, resgatar um período dessa história tão relevante. Nosso propósito é que esta HQ se torne uma poderosa ferramenta de conservação da memória local e de incentivo à valorização do clube no município”, conta Ciro. 

Para o professor, toda a população da cidade será beneficiada através das produções desenvolvidas, pois elas despertam a memória afetiva e serão referência para que novos projetos de resgate de memória se desenvolvam. "Já com relação ao Campus, acredito que iniciativas como estas possibilitam que os alunos se insiram em temas e dinâmicas com as quais não têm tanto contato, contribuindo com suas referências para uma formação mais ampla e servindo como inspiração para atividades em outras áreas."

 

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