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Egressa do Campus Muriaé é aprovada na Universidade de Coimbra, em Portugal
A vida de estudante não é fácil. São inúmeras as responsabilidades: tarefas, estágios, provas, trabalhos, atividades extracurriculares, estudos e mais provas. Para quem enfrentou tudo isso no meio de uma pandemia, a situação foi ainda mais desafiadora. Mas os desafios só existem para serem superados, e foi justamente com essa atitude que a egressa do Campus Muriaé do IF Sudeste MG Rafaela Cordeiro Santos, do curso técnico integrado em Informática, conseguiu alcançar excelentes resultados em sua jornada acadêmica, também em nível internacional.
Aprovada em 4º lugar em Psicologia entre os candidatos internacionais na Universidade de Coimbra, em Portugal, Rafaela também conquistou uma vaga para cursar Relações Internacionais na mesma instituição, além de ter se classificado para Psicologia na Universidade Federal de Juiz de Fora. O cenário geopolítico atual a fez tomar a decisão de não deixar o Brasil neste momento, mas ela ainda pretende estudar no exterior em uma futura etapa de sua formação acadêmica.
Em meio a toda essa dedicação e uma rotina de estudos apertada, a estudante ainda encontrou um tempo para conversar com a gente sobre a sua trajetória no Campus Muriaé.
Confira a entrevista:
IF – Quais os motivos levaram você a escolher o Campus Muriaé do IF Sudeste MG para cursar o Ensino Médio?
Rafaela – Eu sempre soube que o Instituto Federal tem uma educação de excelência, sendo conhecido por um ensino de qualidade, mesmo não sendo voltado só para o vestibular. Então, eu escolhi o IF porque sempre quis ir além dos estudos, e o Campus Muriaé possibilita muitas outras experiências: seja no ensino técnico, na pesquisa, na extensão, o IF nos prepara de muitas formas para o futuro.
IF – Como foi o contato com servidores e professores do Campus Muriaé durante o curso?
Rafaela – No meu primeiro ano, com o ensino de forma presencial, tive uma experiência incrível com o Setor Pedagógico. Os servidores sempre me ajudaram muito, em tudo, principalmente com meus planos de estudos. Durante o período remoto, o momento foi complicado para todo mundo, mas os professores do IF foram muito compreensivos e se dedicaram ao máximo para que tudo fosse realizado da melhor forma. Foi um esforço coletivo para que tudo desse certo.
IF – De que maneira esse momento pode contribuir para o seu crescimento, não só acadêmico, mas também pessoal?
Rafaela – No curso técnico integrado em Informática, os professores sempre prezam muito para sermos mais independentes na nossa busca pelo conhecimento, e durante esse momento remoto isso foi algo muito marcante. Porque, por mais que tivéssemos todo o apoio de forma remota, nós não estávamos mais na presença do professor ali ao nosso lado. Então foi um momento em que os estudantes tiveram que se esforçar mais para tirar o máximo proveito de tudo, mesmo com todas as limitações de enfrentamento da pandemia.
IF – Sobre ingressar na Universidade de Coimbra: para qual curso você se candidatou?
Rafaela – Eu me candidatei para os cursos de Psicologia e Relações Internacionais e consegui aprovação nos dois.
IF – Como você ficou sabendo dessa oportunidade?
Rafaela – Eu fiquei sabendo antes de entrar no IF. Quando eu estava no 9º ano do Ensino Fundamental, eu descobri que poderia utilizar a nota do Enem para tentar uma universidade de Portugal. Como eu sempre fui muito ansiosa, na época eu já procurei tudo na internet, como eu tinha que fazer e como seria. Então me preparei para isso, depois só esperei o momento chegar.
IF – Além de utilizar a nota do Enem, a seleção teve alguma outra etapa ou exigência?
Rafaela – Sim. Em relação à documentação é tudo muito simples, mas eles cobram 50 euros para validar a inscrição, aproximadamente R$400. Então, (para) quem tem interesse em tentar, é legal ir economizando durante o Ensino Médio para o valor da taxa.
IF – Qual foi a sua sensação e os seus primeiros pensamentos quando você viu que o seu nome estava entre os aprovados?
Rafaela – Eu só consegui pensar “como que eu vou contar para a minha mãe?”, porque ela não sabia que eu tinha tentado e eu também não esperava esse resultado. Eu passei em 4º lugar em Psicologia, entre os estudantes internacionais que tentaram, e eu fiquei muito feliz. Foi uma surpresa, eu não esperava!
IF – Diante da aprovação em diferentes universidades, você já tomou uma decisão sobre qual caminho seguir?
Rafaela – Eu acabei optando por não ir para Portugal, por não querer sair do Brasil agora, por conta de todo esse clima de tensão que está acontecendo na Europa.
IF – De que maneira você acha que a formação que teve no IF, que sabemos que vai muito além da sala de aula e do laboratório, pode ajudá-la em futuras experiências acadêmicas no exterior?
Rafaela – O IF sempre me motivou a ficar atenta a todas as possibilidades. Inclusive, enquanto eu fui aluna do Instituto, houve alguns programas de intercâmbio, mas infelizmente não houve nenhum com o meu perfil. Mas o IF sempre me mostrou que as oportunidades existem, a instituição ajuda a gente a abrir a nossa visão e a buscar sempre mais. O IF me ensinou a olhar para todos os lados e a me preparar, porque realmente é surpreendente: coisas boas podem sempre acontecer, e são várias as experiências que fazem a gente crescer profissionalmente e também enquanto pessoa.
IF – O intercâmbio de conhecimento é um dos fatores que a motivaram a tentar a vaga? Você acredita que vivenciar outro contexto cultural, acadêmico e profissional em outro país seria algo importante na sua formação no futuro?
Rafaela – Inicialmente eu pensei em Portugal pelo idioma, pois eu ainda não sabia inglês e sempre quis ter uma experiência fora do país. Então eu escolhi a Universidade de Coimbra por ser a mais antiga da Europa, ela é excelente. Eu poderia ter tentado a Universidade do Porto ou outras que também aceitam o Enem, mas eu optei por tentar só a de Coimbra. Eu acredito que é importante entrar em contato com outras culturas, conhecer lugares diferentes do mundo, e ter essa experiência de vida nos ajuda até em pesquisas, e eu ainda pretendo estudar no exterior, seja no mestrado ou doutorado.
IF – Quais as dicas você pode dar para os alunos que também querem seguir esse caminho e estudar no exterior?
Rafaela – Se eles optarem por uma universidade portuguesa, então se preparem psicologicamente. A mentalidade de se desconectar do país (é algo importante), porque a gente pensa que é fácil, mas chega na hora e é muito difícil você pensar que vai ficar longe da sua cidade, da sua família e de tudo que você conhece. Além de preparar a documentação, o histórico, o passaporte, visto, deixar tudo em ordem. Se não for em uma universidade de Portugal, fica um pouco mais complexo, vai precisar fazer atividades extracurriculares, ter um certificado de proficiência em inglês. O mais importante é sempre pesquisar e se informar sobre o caminho que você quer seguir.
IF – Hoje o idioma ainda é uma barreira para você, ou o IF a ajudou a superar essa limitação a ponto de, se você decidir assim, tentar um intercâmbio em algum país com língua estrangeira?
Rafaela – Ajudou muito! Quando eu entrei no Instituto eu não sabia falar nada em inglês, e além das aulas no IF, por ser estudante da instituição, eu consegui descontos para fazer um curso de inglês. Então, estudantes do Campus Muriaé, fiquem atentos porque várias escolas de idiomas oferecem descontos para os alunos, e para mim isso foi uma grande oportunidade, pois eu nunca tive condições de fazer um curso de inglês antes.
IF – Deixe uma mensagem para os servidores, professores e estudantes do Campus Muriaé…
Rafaela – Em primeiro lugar eu quero agradecer a todo mundo, porque eu entrei no Instituto Federal sendo uma pessoa e hoje em dia eu sou outra melhor, eu espero. Graças ao que eu vivenciei e às pessoas que eu conheci durante esse período. Eu tenho muita gratidão aos professores, aos profissionais, a todos. Para os alunos eu deixo uma mensagem de esperança: se você é aluno novo, ou se ainda está cursando, aproveite e agarre todas as oportunidades, porque passa muito rápido. Gratidão pela experiência, pelas pessoas, por tudo!
IF – Você falou que o Campus Muriaé te transformou, e “transformação” é justamente o tema da nossa Semana Integrativa. Você vai conversar ao vivo com os ingressantes durante a programação da semana, confirmado?
Rafaela – Vou sim! Nos vemos no Campus Muriaé na Semana Integrativa.