Geral
No Dia da Mentira, saiba identificar e como evitar as fake news
TESTE: Qual destas notícias NÃO é fake?
O que é, o que é, que corre como rastilho de pólvora? Matou a charada quem falou que estamos nos referindo à mentira, fofoca, boataria. Pois é, quem diria que estes hábitos pouco confiáveis se transformariam em grandes armas na era digital? O dia de hoje, 1º de abril, mais conhecido como dia da mentira, cai como uma luva para falarmos sobre fake news, artilharia pesada da mídia que se instalou nas trincheiras dos celulares, notebooks, computadores e outros meios. A ajuda extra vem dos incautos ou mal intencionados, que botam mais lenha na fogueira ao disseminar tais informações.
Neste ano de eleições todo cuidado será pouco para evitar que notícias falsas gerem desinformação e alterem a veracidade dos fatos e conteúdos divulgados nas campanhas eleitorais. Os eleitores sofrem um bombardeio de informações, principalmente no Brasil, apontado pela empresa britânica GlobalWebIndex como o segundo país que mais fica conectado nas redes sociais, com uma média de 3 horas e 25 minutos por dia de interação nas mídias. Muito desse conteúdo é verdadeiro, mas grande parte é falso e cumpre o objetivo de desviar a atenção do que realmente importa: avaliar as propostas dos candidatos e praticar eleições limpas, transparentes e igualitárias.
Nas eleições de 2022 o Tribunal Superior Eleitoral fará uma série de ações e campanhas voltadas ao combate a esta prática ilícita. Uma dessas iniciativas é o Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação. (tem link no final da matéria)
Isso inclui parceria com as principais plataformas digitais no combate à disseminação de fake news durante o processo eleitoral deste ano. O TSE firmou compromisso com o Twitter, WhatsApp, TikTok, Instagram, Facebook, Google, YouTube e Kwai. O Telegram não participou.
A experiência que a pandemia nos deixou mostra nitidamente como as fake news são também verdadeiros “vírus”, que devem e podem ser combatidos pela população.
Mas, afinal, o que são fake news?
Também conhecidas como notícias falsas, as fake news, estão diretamente ligadas à história da humanidade. Há quem diga que a expressão surgiu no final do século XIX. Com a internet, as fake news ganharam uma grande dimensão e, quando espalhadas sem o mínimo de reflexão, podem trazer sérios prejuízos à sociedade e consequências para quem as divulga.
As fake news são notícias com conteúdo propositalmente falso, que costumam ser usadas com interesses escusos, como benefícios econômicos ou políticos. Também podem ser parciais ou tendenciosas, criadas para ludibriar a população, espalhar boatos, propagar mentiras e disseminar o ódio.
Exemplo disso foi a fake news de que haveria uma nova greve de caminhoneiros, no segundo semestre de 2018 no Brasil. A informação circulou pelo aplicativo WhatsApp, mas foi desmentida pela Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam).
Como agem os robôs (bots)?
Com tantos recursos e canais digitais disponíveis, cada vez mais pessoas recorrem à Internet para dar opiniões e interagir. Assim, os algoritmos ampliam a capacidade de escalar decisões e customizar conteúdos, gerando as chamadas bolhas digitais. Dentro desse contexto costumam agir os robôs, ou bots, como ficaram popularmente conhecidos. Os bots são softwares e inteligências artificiais criadas para interagirem com usuários. Podem atuar positivamente, ao disseminar informações contra a covid-19 ou ajudando encontrar vítimas de violência doméstica, por exemplo. Contudo, também têm a capacidade de se infiltrar nas bolhas e comunidades para gerar desinformação, caos e mais polarização entre os usuários. Quando controlados por agentes maliciosos, criam um ecossistema favorável para as fake news à medida que pessoas reais aderem a essa desinformação e compartilham, aumentando seu alcance na rede.
Onde essa notícia foi publicada?
Uma das primeiras etapas para descobrir se algo é falso é olhar onde a notícia foi publicada. Se aquela informação foi dada por um grande veículo de imprensa, como um jornal ou revista de circulação nacional, um telejornal que você conhece ou um site de notícias conhecido, a chance de ser uma fake news é bem menor. Sites governamentais ou de universidades também são boas fontes de informações confiáveis, além de agências de fomento ou organismos multilaterais internacionais.
A informação apareceu em mais de um veículo de comunicação?
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é a replicação da notícia. Se uma informação foi publicada apenas em um site que você não conhece, provavelmente não é confiável, certo? Quando você quiser saber se algo é verdadeiro, pesquise se ela apareceu em outros sites que você já tenha lido e nos quais confia. Se a mesma informação foi noticiada em vários jornais e sites, dificilmente vai ser falsa.
Quem é o autor da matéria?
Divulgar o nome do autor de uma matéria é uma ação corriqueira e costuma trazer credibilidade para as informações que estão sendo passadas. Quando a matéria tem autor, vale a pena pesquisar o nome para ver se ele realmente existe. Além disso, muitas fake news são apócrifas, ou seja, não trazem autoria. Se o texto estiver em um site que você nunca ouviu falar e não disser quem é seu autor, abra o olho!
O texto segue a estrutura característica de uma matéria jornalística?
As matérias com informações falsas ou manipuladas, em geral, têm uma estrutura de texto frágil. Erros gramaticais, notícia sem começo, meio e fim, linguagem bastante opinativa, fontes que não são nomeadas ou citadas são alguns dos indicativos de que uma matéria pode ser uma fake news. Nos veículos jornalísticos tradicionais, um texto, antes de ser publicado, passa por edições que incluem checagem de informações e revisão textual. Se você encontrar diversos erros em um texto, é porque ele provavelmente não foi validado por ninguém com formação específica na área.
Quando essa notícia foi publicada?
Às vezes uma notícia é verdadeira, mas tirada de contexto ela se torna falsa. No início da pandemia, por exemplo, acreditava-se que completar o esquema vacinal de duas doses seria suficiente para conter o avanço do vírus SARS-CoV-2. Hoje, sabemos que a imunidade induzida pelas vacinas começa a cair após seis meses e que é preciso tomar dose de reforço. Se olharmos uma notícia antiga sobre esse assunto, ela pode soar como uma fake news, sendo que o que aconteceu foi que a ciência descobriu mais informações sobre a Covid-19 que não sabia no início de 2021. Por isso, a data de publicação é outro fator importante para verificar. Com o tempo, resultados e fatos mudam.
Que tipo de sentimento essa notícia desperta?
Fake news são projetadas para gerar engajamento, ou seja, mobilizar o leitor para que ele tenha alguma reação – faça um comentário, compartilhe o link com outras pessoas, fale sobre o que descobriu no grupo da família ou na mesa do jantar. Nesse sentido, quanto mais forte for a sua reação ao texto, mais a fake news será bem-sucedida. Se você ficou muito surpreso ou sentiu muita repulsa com o que leu, é bom acender o sinal de alerta.
Desconfie do que você ler por aí e sempre busque se informar em mais de uma fonte. A pesquisa e o bom senso são as suas maiores almas para combater a pandemia de fake news.
Faça o teste: Qual destas notícias NÃO é fake? Comente a resposta no post sobre fake news no Instagram e no Facebook.
Quer saber mais? Acesse:
https://g1.globo.com/fato-ou-fake/video/como-identificar-se-uma-mensagem-e-falsa-7239543.ghtml