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Protagonismo feminino e igualdade de gênero: por quê?
"(...) As mulheres têm muito a contribuir com suas experiências, saberes, demandas e propostas para o desenvolvimento do país. Por isso, é preciso fortalecer sua participação na política, na educação, nos espaços públicos e decisórios em geral, ampliando seus direitos, sua voz e seu poder, pois é essa visibilidade e protagonismo em diferentes espaços que possibilitam questionar o status-quo, denunciar problemas, pensar em soluções, avançarmos em mudanças e garantir a diversidade, a democracia e a justiça social", reflete a psicóloga do IF Sudeste MG, Ludmila Pinho.
Salários mais baixos, assédios, desigualdades na divisão das tarefas e discriminação são alguns dos vilões que as mulheres ainda enfrentam. Mas, neste Dia Internacional da Mulher, deixaremos os vilões como coadjuvantes e focaremos o nosso enredo no protagonismo feminino. Assim como nos folhetins, em que os personagens principais são os protagonistas, ou seja, aqueles ao redor dos quais a trama se desencadeia, a mulher passa a ser cada vez mais a protagonista de sua história, assumindo lugares de poder, de decisão e de centralidade nos espaços sociais. Mas ainda há muito a se conquistar até que cheguemos ao final feliz que, nesse caso, se resume a igualdade de gêneros.
Pensando nos séculos e séculos em que o poder esteve nas mãos dos homens e era passado de homem para homem, cabendo à mulher apenas a submissão, o protagonismo feminino é sim reparação histórica, mas, além disso, é uma estrada que precisamos cruzar para chegarmos a uma sociedade melhor para todos e todas.
E engana-se quem pensa que o assunto é algo do momento, pois, há muito as mulheres lutam para assumirem lugares centrais na sociedade. Conforme a psicóloga do IF Sudeste MG, Ludmila Pinho, “ao resgatarmos a história dos movimentos sociais, verificamos o protagonismo de mulheres em importantes processos de transformação social. Elas sempre estiveram envolvidas em lutas por direitos, liberdade, desde as pioneiras do feminismo no Brasil, como Nísia Floresta, que defendia a emancipação das mulheres através da educação e criou a primeira escola de meninas no país, até Bertha Lutz, que lutou pelo direito das mulheres de votar; passando pelas ativistas dos movimentos de contracultura e resistência, nas décadas de 1960 e 1970. Tanto no Brasil como no mundo todo, as mulheres estão presentes nas lutas políticas e sociais, questionando as práticas e a manutenção das desigualdades de gênero nas esferas pública e privada, exigindo o reconhecimento de sua cidadania e dignidade. Essas lutas têm contribuído para questionar e mudar as relações de poder historicamente desiguais entre mulheres e homens, mas ainda há muito a avançar. As mulheres têm muito a contribuir com suas experiências, saberes, demandas e propostas para o desenvolvimento do país. Por isso, é preciso fortalecer sua participação na política, na educação, nos espaços públicos e decisórios em geral, ampliando seus direitos, sua voz e seu poder, pois é essa visibilidade e protagonismo em diferentes espaços que possibilitam questionar o status-quo, denunciar problemas, pensar em soluções, avançarmos em mudanças e garantir a diversidade, a democracia e a justiça social", reflete a psicóloga.
Mas, por que a mulher precisa ser protagonista?
“A importância do protagonismo feminino está para além da realização profissional e pessoal, as mulheres quando são protagonistas nas esferas da vida social, econômica e cultural promovem várias perspectivas e inovações. O protagonismo feminino em campos estratégicos como educação, desenvolvimento social e político pode levar a uma sociedade mais igualitária e sustentável. Pois quando uma mulher se empodera ela traz consigo todas as pessoas que estão ao seu redor. E isto pode movimentar toda a estrutura social e levar a mudanças significativas em termos de cidadania plena”, reflete Haudrey Germiniani, professora de sociologia do Campus Muriaé.
Mesmo diante dos argumentos citados acima, é possível que ainda haja um leitor, ou mesmo uma leitora, que questione sobre a importância do protagonismo feminino. E a resposta para a pergunta do título poderia ser resumida a uma única palavra: igualdade.
O protagonismo feminino vai além de a mulher tomar as rédeas da sua própria vida. Ele permite que a mulher esteja em lugares de poder, em que suas ações repercutam em toda a sociedade, especialmente em outras mulheres. Para aqueles que questionam a importância do protagonismo feminino, faço outra pergunta: “Será possível termos um mundo mais justo e igualitário se as decisões foram tomadas apenas, ou predominantemente, por homens?”.
“A importância do protagonismo feminino está para além da realização profissional e pessoal, as mulheres quando são protagonistas nas esferas da vida social, econômica e cultural, promovem várias perspectivas e inovações. O protagonismo feminino em campos estratégicos como educação, desenvolvimento social e político pode levar a uma sociedade mais igualitária e sustentável. Pois quando uma mulher se empodera, ela traz consigo todas as pessoas que estão ao seu redor. E isto pode movimentar toda a estrutura social e levar a mudanças significativas em termos de cidadania plena”, reflete Haudrey Germiniani, professora de sociologia do Campus Muriaé.
Um olhar rápido pela história, nos faz perceber que as mulheres sempre foram subjugadas e tiveram de lutar por cada conquista alcançada ao longo dos anos. A luta feminista ainda é longa e envolve a busca pela equidade de gêneros por meio de oportunidades iguais que permitam uma autonomia das mulheres em todas as esferas. Ter espaço para as mulheres em todas as esferas é condição indispensável para termos uma sociedade justa.
A igualdade de gêneros é tão importante que foi definida como um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU. Como explica a professora do Campus Avançado Bom Sucesso, Danielle Baliza:
“É preciso trabalhar por um mundo melhor, por uma sociedade mais sustentável, justa, inclusiva e diversificada, em que ninguém fique para trás, em que homens e mulheres possam ter as mesmas oportunidades. E, quando falamos em desenvolvimento sustentável, precisamos refletir sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que foram propostos pela ONU: o quinto ODS é justamente a ‘Igualdade de Gênero’. Nesse contexto, é preciso estimular o protagonismo das mulheres, sendo necessário criar mais oportunidades para essas mulheres, promover o empoderamento dessas mulheres. Hoje estamos vendo cada vez mais mulheres nas instituições de ensino e no mercado de trabalho. Mas, infelizmente, ainda são poucas as mulheres nos altos cargos de direção (coordenação), e nesses postos é que as decisões são tomadas. Decisões essas que, na maioria das vezes, afetam a vida dessas mulheres. E, só nós mulheres sabemos o que passamos, ou seja, sentimos o quão desafiador é conciliar a profissão com os cuidados com os filhos (parentes) e a casa. Precisamos incentivar a atuação das mulheres nesses cargos, precisamos trabalhar pela igualdade de oportunidades entre os homens e mulheres. Como uma instituição de ensino, precisamos ajudar essas mulheres a reescreverem sua história a fim de se tornarem protagonistas da sua própria vida”, conclama Danielle.
A tabela abaixo, divulgada pelo Portal Forbes-Brasil, mostra que, apesar de estar em ascensão, o número de mulheres em cargos de liderança no Brasil ainda é pequeno quando comparamos ao número de homens nos mesmos cargos:
No Serviço Público, a situação não é diferente. Um levantamento feito pelo "Observatório de Pessoal da Pasta" destacou que as mulheres representam 40% da força de trabalho, mas uma fatia menor ocupa cargos de alto escalão. Outro dado que revela a desigualdade de gênero no serviço público é que entre as mulheres em cargos de liderança no governo, 38% têm filhos menores de idade. Já entre os homens, o percentual é bem maior, de 66%. Estes dados dão cara a outro vilão do protagonismo feminino: mulheres mães têm ainda maior dificuldade para assumir cargos de chefia.
Assim como sinalizou a professora Danielle Baliza, sobre a necessidade de o IF Sudeste MG, enquanto uma instituição de ensino, ajudar mulheres a se tornarem protagonistas, a professora Haudrey destacou a importância de políticas públicas e iniciativas institucionais que incentivem o protagonismo feminino, “pois assim as mulheres são motivadas e apoiadas a ocuparem os vários lugares de poder e reconhecimento que por muito tempo não lhes eram permitidos. Os institutos federais possuem papel importante em promover essas oportunidades e assim atenuar as desigualdades de gênero na sociedade”, aponta ela.
Mulheres no comando
"Dentro do nosso instituto temos uma abertura constante, gradativa e cada vez maior para a atuação feminina, para que um dia a gente chegue, em termos quantitativos, numa atuação justa e relevante das mulheres", André DIniz.
Um passeio pelo site do IF Sudeste MG nos faz perceber que as mulheres vêm alcançando cada vez mais os espaços de decisão, gestão e produção de conhecimento no Instituto: três dos 10 campi do IF Sudeste MG são dirigidos por mulheres: o Campus Barbacena, tem Alcimara Auxiliadora Andrade de Paula à frente; no Campus São João del-Rei, a direção-geral está nas mãos de Terezinha Moreira de Magalhães, e Cláudia Valéria Gávio Coura é a diretora-geral do Campus Juiz de Fora. Das 5 Pró-reitorias, três são comandadas por mulheres: Alice Aleixo é a pró-reitora de Administração, Raquel Fernandes está à frente da Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional e Rosana Machado comanda a Pró-reitoria de Extensão.
“O protagonismo feminino vai muito além da reparação histórica. Ele tem esta função sim, mas vai muito além dela. Há hoje o entendimento de que o feminino é capaz de construir uma história melhor, mais inclusiva, produzir e construir algo melhor. Entendemos que se as mulheres protagonizassem os vários processos que temos hoje, nós teríamos condições de vida melhores, formas alternativas de sermos enquanto sociedade. O protagonismo feminino é capaz, portanto, de trazer um bem maior para todos, mulheres e homens. Dentro do nosso instituto temos uma abertura constante, gradativa e cada vez maior para a atuação feminina, para que um dia a gente chegue, em termos quantitativos, numa atuação justa e relevante das mulheres. Acho muito importante que, numa instituição masculina, a gente se posicione ao lado do feminino. Não queremos ser os protagonistas na luta de vocês, mas, nós, enquanto uma instituição ainda muito masculina, queremos estar à disposição para essa luta pelo protagonismo feminino”, posiciona-se o reitor, André Diniz.
"A promoção da equidade de gênero não deve se limitar apenas ao reconhecimento profissional, mas também incluir medidas que facilitem a conciliação entre carreira e outros aspectos importantes de nossas vidas", reflete a pró-reitora Raquel Fernandes.
Para a pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Raquel Fernandes, fazer parte do grupo de mulheres gestoras do IF Sudeste MG é motivo de orgulho: "Para mim, a importância de o IF Sudeste MG estar cada vez mais aberto ao protagonismo feminino é imensurável. E poder fazer parte do grupo de mulheres que desempenha papéis de liderança dentro da instituição é motivo de grande orgulho, pois demonstra o reconhecimento do potencial e da competência feminina na construção de um ambiente acadêmico diversificado e enriquecedor", comenta ela.
Porém, Raquel lembra que ser gestora não anula outros papéis que as mulheres exercem e comenta sobre a dificuldade de conciliar todas as funções:
"Contudo, é fundamental reconhecer que essa conquista também traz consigo desafios significativos. Como mulheres e gestoras, assumimos não apenas responsabilidades profissionais, mas também uma multiplicidade de papéis em nossas vidas. Somos mães, donas de casa, cuidadoras de idosos na família, e ainda lidamos com a constante necessidade do autocuidado para nos mantermos minimamente saudáveis e equilibradas. Essa sobrecarga não deve ser subestimada, pois, embora nos sintamos honradas em contribuir para o progresso do IF Sudeste MG, é crucial que a instituição compreenda e apoie as demandas específicas que as mulheres enfrentam. A promoção da equidade de gênero não deve se limitar apenas ao reconhecimento profissional, mas também incluir medidas que facilitem a conciliação entre carreira e outros aspectos importantes de nossas vidas. As demandas de uma gestora mulher são muito diferentes daquelas de um gestor homem. Ao enfrentar esses desafios diários, podemos criar um ambiente mais inclusivo, no qual as mulheres possam não apenas assumir papéis de destaque, mas também prosperar em todas as esferas de suas vidas. Acredito que, ao promover uma cultura organizacional que valorize e respeite a diversidade de experiências femininas, o IF Sudeste MG não só fortalece sua comunidade acadêmica, mas também se destaca como um exemplo a ser seguido na promoção da igualdade de gênero na educação", reflete a pró-reitora.
Alcimara Auxiliadora Andrade de Paula é outra mulher no comando no IF Sudeste MG. A diretora-geral do Campus Barbacena comenta sobre o espaço da mulher no instituto: "O IF Sudeste MG abre espaço para o protagonismo feminino quando oportuniza e respeita as candidaturas das mulheres na gestão dos campi, proporcionando não só a equidade de gênero, como também aumentando o reconhecimento, o poder de voz e a tomada de decisão. Nós estamos em uma gestão onde a representatividade feminina é muito grande e importante. E sabemos que as pessoas são movidas para seus objetivos levando em conta suas referências: pessoas com as quais elas se identificam e se sentem representadas. E isso é também um reflexo da formação que o IF Sudeste MG vem desenvolvendo, que pretende ajudar a transformar essa realidade desafiadora. O instituto preza por uma educação baseada na valorização do conhecimento, no aprendizado constante e na capacidade de desenvolver competências técnicas e comportamentais, formando assim uma geração de mulheres questionadoras, que buscam ocupar espaços, que se apropriam do conhecimento e que apoiam outras mulheres. Nessa construção, a instituição permite que nós, servidoras, tomemos consciência do nosso papel institucional e validemos nossa voz e nossa luta, além de ser um modelo positivo para futuras gerações", avalia Alcimara.
Mulheres Protagonistas do IF Sudeste MG
O convite agora é para relembrarmos alguns momentos da história recente do IF Sudeste MG que tiveram mulheres à frente e saber o que elas pensam sobre o protagonismo feminino. Vale destacar que são muitas as mulheres protagonistas nos registros do IF Sudeste MG, por isso, aquelas que aqui falam representam outras tantas que têm papéis fundamentais no instituto.
Maria Eduarda Cibalde Carneiro
Estudante do 2º ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Meio Ambiente do Campus Juiz de Fora, Maria Eduarda esteve em destaque no site do IF Sudeste MG em 13 de abril de 2023, ao participar do 6° ENET, maior Encontro de Estudantes em Ensino Técnico do Brasil e da América Latina e voltar de lá com o cargo de diretora de Direitos Humanos da Fenet (Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico). A jovem falou sobre a importância de a mulher assumir o lugar de protagonista:
“Acredito que o protagonismo feminino é crucial em todas as esferas por diversas razões. Além de promover a representatividade e a equidade de gênero, ele traz uma diversidade de perspectivas e inspira outras mulheres. Também desafia estereótipos de gênero, mostrando que as mulheres são capazes de liderar e inovar em qualquer campo, contribuindo assim para uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirma a estudante.
Flávia Ruback
Flávia Ruback, diretora do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia - NITTEC, é mais uma mulher a assumir o papel de protagonista do âmbito do instituto e a defender que mais mulheres possam ser protagonistas:
"Fomentar o protagonismo feminino contribui para a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos, com maior representatividade e igualdade de gênero. No IF Sudeste MG, é notória a crescente participação das mulheres em cargos de gestão e em atividades de inovação, muito embora ainda haja muitos espaços que poderiam, mas não são ocupados por nós. O protagonismo de gestoras, pesquisadoras e de outras mulheres que ocupam posições de destaque em nossa instituição, foi fruto de muita luta, e ainda há um longo caminho a ser percorrido! A existência de mulheres protagonistas em nossa instituição pode ser um exemplo inspirador para nossas estudantes também buscarem posições de liderança e gerar impactos em nossa sociedade”, reflete Flávia.
Em abril de 2023, a diretora representou o IF Sudeste MG na 4ª edição do Dia Mundial da Criatividade, evento realizado no Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora. Na ocasião, Flávia, junto com outros atores do ecossistema de inovação de Juiz de Fora, falou sobre a inovação na cidade, seus desafios e perspectivas.
Pollyana Esteves dos Reis Moreira
A encarregada Pollyana Esteves dos Reis Moreira e a auditora Maria Luiza Firmiano Teixeira representaram o IF Sudeste MG no 2º Encontro dos Encarregados de Dados Pessoais das Instituições de Ensino Superior, evento que ocorreu em Brasília, no último mês de setembro. Pollyana comenta sobre a importância do crescimento do protagonismo feminino, especialmente no IF Sudeste MG:
“Durante muitos anos, as mulheres têm enfrentado obstáculos para obter reconhecimento, especialmente em áreas anteriormente dominadas por homens. Fomentar o protagonismo feminino é crucial para promover a igualdade de gênero e garantir oportunidades equitativas, inclusive na educação. Essa luta não apenas diz respeito à realização individual, mas também é essencial para o desenvolvimento social e econômico. No IF Sudeste MG, observamos que as mulheres estão conquistando espaços importantes, rompendo barreiras e contribuindo de maneira significativa para a comunidade acadêmica. É fundamental reconhecer e valorizar essas conquistas, promovendo um ambiente cada vez mais inclusivo e igualitário. O protagonismo feminino na instituição não apenas reflete a diversidade e a capacidade das mulheres, mas também enriquece o ambiente educacional com diferentes perspectivas e experiências”, reflete a encarregada de Dados Pessoais.
Wanessa Moreira de Oliveira
Segundo dados da UNESCO, publicados em matéria do Portal Unisul, apenas 30% dos cientistas são mulheres, e esse número é ainda menor em cargos de liderança na ciência. Na América Latina, por exemplo, de acordo com a entidade, apenas 18% dos reitores são mulheres. Estes dados tornam ainda mais relevante termos uma servidora do IF Sudeste MG conquistando um prêmio na área da ciência: Em outubro de 2023, a servidora Wanessa Moreira de Oliveira, da Coordenação de Ações Inclusivas do IF Sudeste MG, recebeu o “Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto” pelo trabalho “Terminalidade específica e as implicações para ensino inclusivo no contexto dos Institutos Federais”. Criado em 2013, o "Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto" reconhece a melhor tese de cada Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz, sendo entregue aos trabalhos selecionados pelos programas para indicação ao "Prêmio Capes de Tese". Para a ganhadora do prêmio, “o protagonismo das mulheres tem representado ganhos efetivos em diversas áreas, na medida em que novas habilidades, competências e pontos de vista entram em cena, possibilitando a diversificação dos fazeres e saberes”.
Raquel Lins
Em agosto de 2023, o site trouxe a notícia de que o Campus Santos Dumont, e todo o IF Sudeste MG, comemoravam a criação e a institucionalização do primeiro Núcleo de Estudos em Gênero, Diversidade e Sexualidade (NEGEDS) do instituto. Para a professora Raquel Lins, presidente do NEGEDS, o protagonismo feminino passa pelo reconhecimento de que as mulheres não são coadjuvantes nos espaços sociais, mas são sim participantes e, mais do que isso, são legitimadas a ocuparem espaços na sociedade, embora as desigualdades de gênero ainda precisem ser extintas. Para ela, “o NEGEDS pode estimular o protagonismo feminino incentivando ações que promovam o empoderamento das mulheres e conscientizando sobre as desigualdades que o sexismo promove nas relações sociais. O NEGEDS pode proporcionar apontamentos e reflexões sobre o papel da mulher em diferentes espaços sociais e incentivá-las a ocupá-los”, aponta Raquel.
Iniciativas pelo protagonismo feminino no IF Sudeste MG
Em sua fala, o reitor André Diniz enfatizou o empenho em tornar o IF Sudeste MG um espaço cada vez mais aberto ao protagonismo feminino e reconheceu que ainda há muito a caminhar nesse sentido. A psicóloga Ludmila Pinho concorda e cita algumas iniciativas do instituto que miram no incentivo ao protagonismo feminino:
“O IF Sudeste MG como instituição que oferta educação profissional e tecnológica, pública e gratuita; é um espaço de produção de conhecimento e também de lutas, resistências e conquistas em prol de uma sociedade justa, um espaço que se direciona à igualdade e ao respeito entre as pessoas. Embora ainda haja diversas barreiras a serem enfrentadas, como a discriminação de gênero e de raça, temos caminhado rumo ao maior incentivo à participação de mulheres nas carreiras de ciências e tecnologias, no enfrentamento às dificuldades enfrentadas por servidoras em ascender em suas carreiras, através de políticas e setores direcionados, como o Programa Mulheres Mil; os Núcleos de Estudos em Gênero, Diversidade e Sexualidade (NEGEDS) e a Coordenação de Ações Afirmativas. O protagonismo feminino está em ascensão, podendo ser observado através do aumento gradativo de mulheres em cargos de gestão, no destaque de servidoras e alunas na atuação em pesquisas, projetos de extensão, de ensino”, reflete a psicóloga.
Diante dos apontamentos feitos por André, Ludmila e também em outros momentos do texto, com a ajuda da Pró-reitoria de Ensino, através da Diretoria de Apoio ao Discente, e da Pró-reitoria de Extensão, elencamos abaixo algumas iniciativas do IF Sudeste MG que, ao colocar a mulher como sujeito de direito, atuam no incentivo ao protagonismo feminino:
- Boletim AfirmAção - Direitos Humanos e Equidade Étnico-racial em Pauta, Campus Avançado Cataguases
- Vivência de Mulheres contra o Feminicídio: desenvolvendo a cidadania com as adolescentes do IF Sudeste MG, Campus São João del-Rei
- Fazendo gênero na escola: por relacionamentos não violentos entre jovens, Campus Muriaé
- S.O.S MULHER: programa de prevenção à violência e apoio à mulher vítima de agressão, Campus Avançado Bom Sucesso
- PODCAST MULHER POD: disseminando empoderamento e direitos das mulheres, Campus Rio Pomba
- Uno do Verso: Eu, tu, elas, nós e laços; Campus Santos Dumont
- Feminismo Hoje/Arte Sempre, Campus Muriaé
- PENSAMENTO NEGRO: PODCAST, Campus Avançado Ubá
- Visita Guiada ao Campus: Grupo de mulheres do CRAS, Campus Rio Pomba
- Projeto Mulheres Mil, Multicampi
- Projeto Coworking – Me Conecta, Campus Juiz de Fora
- Projetos de extensão de acompanhamento de egressas - Campus Barbacena
Fontes:
Portal Unisul: https://www.unisul.br/noticias/mulheres-na-ciencia-porque-a-representatividade-feminina-ainda-e-tao-baixa-e-como-mudar-este-cenario/
Portal Forbes Brasil: https://forbes.com.br/forbes-mulher/2023/05/lideranca-feminina-cresce-no-brasil-e-mulheres-ocupam-17-das-presidencias/
Portal Correio Braziliense: https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2023/03/5078946-numero-de-mulheres-em-cargos-de-chefia-no-servico-publico-sobe-mas-ainda-e-baixo.html#google_vignette