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Greve no IF Sudeste MG: confira as mobilizações locais e os próximos passos

Posicionamento dos campi aponta para o fim da greve, mas retorno às atividades ainda depende de novas deliberações

Na esteira da movimentação decisiva nacional, a semana de 17 a 21 de junho no IF Sudeste MG foi marcada pela realização de reuniões de servidores grevistas com os diferentes comandos locais de greve aos quais se vinculam, para avaliação das últimas propostas apresentadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e pelo Ministério da Educação (MEC). A maioria dos técnicos administrativos em educação (TAEs) e docentes, por meio de suas bases sindicais, manifestaram-se a favor da volta às aulas e da retomada das atividades na instituição. Contudo, a situação ainda não pode ser definida, especialmente porque as decisões em âmbito nacional, sob responsabilidade do Sinasefe, Andes-SN e Fasubra, estão previstas para os próximos dias.

A definição sobre o retorno depende, ainda, da conclusão das votações relativas aos 10 campi, já que os servidores do IF Sudeste MG estão ligados a diferentes bases sindicais independentes entre si. Assim, apesar do indicativo de término, a greve se mantém na instituição por tempo indeterminado.

Confira abaixo as decisões particulares das seções representantes de cada campus do IF Sudeste MG:

  • Reitoria, Campus Juiz de Fora e Campus Santos Dumont: TAEs votaram pela continuidade da greve e docentes, pelo término. Em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino de Juiz de Fora (Sintufejuf) na quarta-feira (19), os técnicos decidiram pela continuidade da greve e pela solicitação de nova reunião de negociação com o governo. O objetivo é avançar a partir da proposta já ofertada, de forma que realmente contemple toda a categoria (ativos, aposentados e pensionistas). Já os docentes, representados pela Associação dos Professores do Ensino Superior (Apes), votaram na quinta-feira (20) pela saída da greve, o que pode ocorrer entre 26 de junho e 1º de julho. A categoria é favorável à assinatura de acordo com o MEC, mas não com o MGI (no tocante a pautas orçamentárias) e agendou uma nova assembleia para a próxima quarta (26). Os detalhes estão no site da Apes.

  • Campus Rio Pomba: votou pela aprovação das propostas. A assembleia geral do Sinasefe Rio Pomba com servidores da unidade, tanto TAEs quanto docentes, ocorreu na quarta-feira (19) e a maioria presente optou por aceitar a proposta oferecida pelo governo. 

  • Campus São João del-Rei: votou pela aprovação das propostas. De forma independente, as decisões foram tomadas por dois comandos locais: de docentes, na quarta-feira (19) e de técnicos, na terça, com desfecho em segunda reunião na quinta-feira (20). Saiba mais na página do Campus.

  • Campus Barbacena: TAES votaram pela rejeição às propostas, enquanto docentes votaram pela aprovação.  

  • Campus Ubá: votou pela aprovação das propostas. A decisão ocorreu na quinta-feira (20), quando os servidores da unidade concordaram em se manifestar pelo aceite do acordo com o governo e retorno às atividades mediante assinatura de acordo com o MGI.

  • Campus Bom Sucesso: ainda não votou. Embora o comando de greve local tenha realizado reunião na última quinta-feira, ficou definida uma assembleia geral com os servidores do Campus em 25 de junho. Na ocasião, os presentes decidirão se a greve deve continuar.

  • Campus Manhuaçu: ainda não votou. Está prevista a realização de assembleia em 27 de junho.

  • Campus Muriaé: ainda não votou. Segundo o presidente do comando local, Pedro Paulo Lacerda, a tendência é de retorno às atividades na unidade, mas a base optou, por ora, por acompanhar o andamento das decisões nacionais. Há previsão de reunião para a próxima semana.

  • Campus Avançado Cataguases: ainda não há definições.

Os resultados das votações no IF Sudeste MG vão de encontro à orientação do Comando Nacional de Greve (CNG), que recomendou a rejeição às propostas governamentais, considerando-as ainda insuficientes. As mais recentes rodadas de negociações ocorreram nos dias 11 (TAEs) e 14 de junho (docentes), levando às discussões locais que estão sendo repassadas ao CNG e subsidiarão sua “deliberação final”.

Contexto da greve

O movimento paredista nas instituições federais está prestes a completar 110 dias em todo o território nacional, com uma pauta de reivindicações que passa pela recomposição do orçamento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, pela recomposição das perdas salariais e pela reestruturação de carreiras. Os manifestantes pedem, ainda, a revogação de medidas tomadas em governos anteriores que, segundo os sindicatos, precarizam o funcionamento da Rede e as condições de trabalho e estudo. 

Entre os avanços recentes propostos pelo governo, destacam-se a possibilidade de progressão na carreira por Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para TAEs e a revogação da Portaria  nº 983/2020 para os docentes do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT). Paralelamente, o Ministério da Educação anunciou um acréscimo de recursos para o custeio das instituições federais, em um total de R$400 milhões, sendo R$120,7 para os Institutos Federais. 

Importante: o movimento grevista é gerenciado pelos sindicatos e comandos locais de greve. Portanto, o IF Sudeste MG não tem gerência sobre o movimento, cabendo acompanhar as decisões, informar a comunidade e adequar os serviços prestados dentro das possibilidades da conjuntura.

Com informações de Tribuna de Minas, Sinasefe e ICL Notícias.