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Roda de Conversa traz discussão sobre luta pelos direitos da mulher
A discussão sobre a luta da mulher na sociedade de hoje foi o tema da Roda de Conversa realizada no dia 10 no Campus Rio Pomba. O evento, organizado pelo Grêmio Estudantil e pelo Grupo Pró-Vida, marcou o Dia Internacional da Mulher, comemorado oficialmente em 8 de março. Na programação, palestras e apresentações culturais.
A primeira parte do evento foi realizada à tarde e contou com a participação dos alunos dos cursos técnicos integrados. À noite, o grupo retornou à discussão com os estudantes dos cursos técnicos concomitantes/subsequentes e graduações.
A estudante Évelin Coelho iniciou o evento, recitando um poema de sua autoria em homenagem às mulheres. Em seguida, foi o momento de a professora de Sociologia do Campus, Patrícia Furtado Fernandes Costa, fazer sua explanação. Ela explicou sobre a origem do 8 de março, esclarecendo que a data refere-se a uma greve geral das mulheres que trabalhavam nas fábricas têxteis da Europa. O fato ocorreu em 1917 e culminou com a Revolução Russa. Ela ressaltou que muitas explicações fazerem referência a um incêndio em uma dessas fábricas em que várias mulheres operárias morreram. No entanto, este fato teria ocorrido em 25 de março de 1911 e não no dia 8. “Mas ainda é uma vergonha termos que ter um dia de mobilização da luta pelos direitos da mulher em pleno século XXI”.
Além da explicação sobre a data histórica, ela também listou fatos que foram importantes na conquista do espaço da mulher na sociedade, entre eles o início do voto feminino no Brasil em 1934, o fim da exigência de autorização marital em 1962 e as discussões sobre assédio, estupro e desigualdade salarial que tomaram conta das pautas nos últimos anos. “A conquista da mulher não é para a mulher. É para todos”.
Em seguida, as estudantes Letícia Costa e Ana Júlia Martins apresentaram a música “Maria, Maria”, de Milton Nascimento. Encantada, a plateia retribuiu com salva de palmas e gritos.
O momento seguinte foi dedicado às falas das estudantes. Maria Gabriela Burçãos, que cursa Agroecologia, contou como o feminismo entrou em sua vida e mudou seu modo de ver certas situações. “Quando a informação chega até nós, nos vemos como seres humanos com potencial infinito. Depois que me reconheci como mulher feminista, passei a exigir mais igualdade. É importante termos este tipo de diálogo com os homens que nos cercam”.
As estudantes dos cursos técnicos em Informática e Alimentos, Vitória Procópio e Taís Teixeira finalizaram o evento com palestra em que mostraram dados práticos que apontam para o preconceito de gênero. Elas começaram com a apresentação da palavra mulher no dicionário, lembrando o sentido de “sexo frágil” como indicativo de inferioridade. Apresentaram dados sobre violência contra a mulher com casos que culminaram em feminicídio. “A violência é utilizada como instrumento de expressão do poder”.
“Não queremos o femismo, que é a superioridade do gênero feminino sobre o homem. O feminismo é a união de todos. Buscamos a equidade, que é a igualdade com base em nossas características de mulher, respeitando nossas condições”, encerrou Vitória.