Ensino
Estudantes de Direito criam coletivo para discutir violência de gênero
Estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 12 estados aponta que os feminicídios aumentaram 22,2% entre março e abril deste ano, período em que as medidas de isolamento social já estavam em vigor. Ao observar esse e outros levantamentos, um grupo de estudantes de Direito do IF Sudeste MG – Campus Rio Pomba decidiu criar um coletivo com o objetivo de alertar e informar a sociedade sobre a violência de gênero.
“Decidimos criar algo que fosse importante e que somasse à sociedade de alguma forma. Com noticiários acerca do aumento da violência doméstica durante a quarentena causa pela Covid-19 surgiu a ideia, e ,por termos uma grande afinidade com o tema, nos vimos ainda mais empenhados em discutir e compartilhar sobre”, explica os idealizadores do projeto Kelven de Paula, Maria Nazaré Nepomuceno, Myllena Procópio e Ronara Reis.
Eles procuraram a professora de português Monique Ivelise Carvalho e solicitaram ajuda para dialogar com a sociedade. A ideia inicial foi criar uma página no Instagram. No perfil “Conte comigo mulher” (@contecomigomulher), a equipe disponibiliza informações sobre a Lei Maria da Penha e ferramentas de denúncias de violência doméstica.
“A ideia inicialmente é mostrarmos o início de tudo, a história por trás da lei, como ela surgiu, quem é a Maria da Penha, e, a partir disso, divulgarmos veículos para denúncias, oferecendo assessoria jurídica. Discutiremos também a lei em si, suas partes principais, tornando-a mais clara e acessível, para que todos possam entendê-la e estarem cientes de seus direitos”, explica o coletivo.
Imagem: Reprodução da página do coletivo no Instagram
O grupo não tem atuado apenas no Instagram. No dia 28 de maio, foi realizada a palestra on-line “Violência doméstica em tempos de crise” com o investigador da Polícia Civil da Delegacia da Mulher de Juiz de Fora, Cléber Giliard Miranda, por meio de software de videochamada.
“Ao mesmo tempo, temos um grupo de estudos acerca do tema. Para um futuro próximo, queremos agir de formas diferentes dentro e fora da instituição”.
Monique vê com o orgulho o trabalho realizado pelos jovens. “Como professora, fico muito feliz com a proposta desse grupo de alunos, pois, além de ser um tema que precisamos discutir no espaço acadêmico, a violência doméstica é algo presente a vida de todos nós. É muito importante ver que ações como essas colocam os nossos alunos como a frente do processo de ensino aprendizagem, este baseado na criticidade, empoderamento e emancipação do sujeito”.