Em lançamento de “Contos da Cidade de Santos Dumont II”, autores refletem sobre literatura e preservação da memória

O Campus Santos Dumont do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG) recebeu, na manhã do último sábado (26 de novembro), o evento de lançamento de “Contos da Cidade de Santos Dumont II”. A organizadora do livro, Fernanda Pittella, e muitos outros escritores que assinam textos na segunda edição da obra também participaram, no Auditório da unidade do Instituto Federal, de mais um debate da série “Em contos com o(a) autor(a)”, promovida pela Biblioteca Acyr Loureiro Lima. 

A conversa com os autores foi mediada pelo diretor-geral do Campus Santos Dumont, Benedito Carvalho. Os escritores são de diferentes áreas e gerações, o que garante não apenas uma heterogeneidade de estilos e formatos ao livro, mas também a percepção de que pessoas de segmentos diversos podem produzir arte, o que foi um dos grandes temas do bate-papo da manhã de sábado.

“Todas as pessoas que têm amor pela arte podem produzir arte, seja em que campo for”, destacou o músico Tiago Guimarães, que pela primeira vez teve um texto de sua autoria (“O andarilho e o músico”) publicado em um livro. “Muitas vezes tomamos gosto pela leitura quando um adulto começa a ler para nós, o que nos possibilita voar sem tirar os pés do chão”, acrescentou Aline Barbosa, autora de “O legado de um sandumonense às avessas”. 

O professor, médico, memorialista e promotor cultural Luiz Mauro Andrade da Fonseca, que assina o conto “O primeiro cinema de Santos Dumont”, reforçou a importância de garantir que jovens tenham acesso à literatura, citando sua própria experiência: “devo meu interesse pela literatura aos bons professores que tive”. A jornalista Simone Moreira, responsável pela página Sou Santos Dumont e autora do conto “O despertar para uma cidade” no livro, falou sobre o grande potencial que vê na Terra do Pai da Aviação. 

“Foi muito importante a gente conseguir reunir tantas gerações em torno de um livro”, comentou Fernanda Pittella. "Conforme a gente debateu aqui, o objetivo da arte – e da literatura como um de seus ramos – é inspirar novas pessoas. Que esse movimento seja contagiante e que a gente possa inspirar novas gerações”. 

Publicada pela editora paulistana Scortecci, a obra traz “contos autobiográficos, tradições orais passadas através das gerações, relatos que brincam entre o passado e o presente, expressões do mais puro sentimentalismo e também importantes referências históricas”. Além de Fernanda, Tiago, Aline, Luiz Mauro e Simone, assinam contos no livro: Alice Gervason, André Figueiredo Rodrigues, Clóvis Domingos, Lucas Caiafa, Matheus Alvim, Matheus de Sá, Miguel Ângelo Barra Grillo, Narciso Barbosa, Renzzo Rodrigues Moreira e Victor Kingma. A obra também traz participações póstumas de Alberto Santos Dumont, Getúlio Vargas, Nicolau Pittella e Juscelino Kubitschek, além de registros históricos.

O valor arrecadado com vendas no dia de lançamento do livro foi convertido em apoio ao trabalho da União de Promoção e Assistência Social Sandumonense (UPAS). 

Em contos com o(a) autor(a)

Desde o primeiro semestre deste ano, os contos da cidade de Santos Dumont fazem parte da rotina de sábados letivos no IF Sudeste MG. A instituição já havia recebido para conversas literárias, na série "Em contos com o(a) autor(a)", três escritores que tiveram contos publicados na edição inaugural do livro: Matheus Alvim, Patrícia Aniceto e Victor Kingma. Em 5 de novembro, o Campus Santos Dumont sediou também o lançamento do livro "Mar alto", do professor Marcony Meneguelli. 

Além de “Contos da Cidade de Santos Dumont II”, Fernanda Pittella publicou diversas outras obras na última década: “Adágio com Brio, uma aventura toscana”, “Allegro Vivace, da província à Provence”, “Andante Moderato, aquarela asiática” e a primeira edição de “Contos da Cidade de Santos Dumont”. Com participação em diversos festivais literários, a escritora reeditou em 2020 "Celestina", de Fernando de Alencar.