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Evento aberto ao público neste sábado marca retomada do movimento negro em Santos Dumont
#Pratodosverem: imagem mostra o desenho de perfil de uma mulher negra e na sequência o título do evento e depois fotos dos participantes do evento.
O Campus Santos Dumont do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG) recebe no sábado, 26 de novembro, a partir das 14h30, várias atividades para debater, conscientizar e celebrar a africanidade e a afrobrasilidade. O evento, que é uma parceria entre Movimento Negro Unificado (MNU), Conselho de Promoção da Igualdade Racial, Movimento Dandara, Coletivo Juventude Negra e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus Santos Dumont, terá temas como esporte, cultura e educação, observando a realidade da pessoa preta. A ação é gratuita e aberta ao público.
Bia Possato, professora do Campus Santos Dumont e coordenadora do NEABI da unidade, observa a importância da parceria com o MNU, pois "uma das missões da instituição é o vínculo com a comunidade, muito dentro da indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão. Desse modo, o NEABI reconhece que ele não poderia caminhar sozinho, que ele deveria estar articulado com os movimentos existentes na cidade", destaca. E ela acrescenta: "estamos muito felizes pela abertura que esses grupos têm dado ao Núcleo".
O NEABI trará ao evento o projeto de extensão "Cine NEABI", com exibição e debate do filme documentário "Muito além de onde estamos", produzido pelo Coletivo Preto de Santos Dumont. Malu Magalhães, discente do curso de Licenciatura em Matemática da instituição e integrante do Coletivo, comenta que o objetivo da produção é apresentar a história de pessoas negras na cidade.
“A partir dos relatos, temos pontos de vista diferentes sobre a realidade do negro na cidade, em épocas diferentes e também de acordo com a atividade profissional de cada um”, ressalta. Ela ainda pondera que é importante para a comunidade ver a história do município contada por pessoas negras que cresceram e viveram aqui porque, na maioria das vezes, as referências são de fora.
Corroborando a importância de dar voz e fortalecer as referências negras locais, Elisa Veríssimo, uma das organizadoras do evento, destaca que a ação foi elaborada com o objetivo de marcar a retomada do movimento negro em Santos Dumont. “Esse evento é para plantar uma semente para a gente ter ações o ano inteiro. E dar voz às pessoas que já estão no ativismo há muito tempo, pessoas como Ângela (Cristina Ferreira) e o (Luiz) Papa. É mostrar o trabalho das pessoas negras, trazer mais pessoas pretas para a militância, o ativismo e fortalecer os nossos movimentos”, afirma Elisa.
Assim, o evento é uma oportunidade para a comunidade sandumonense conhecer iniciativas voltadas às necessidades e à cultura afro-brasileira na cidade. Serão debatidas questões sobre finanças, empreendedorismo, racismo no esporte, pertencimento e reconhecimento sobre o que é ser negro. Além de apresentação de capoeira, oficina de hip-hop e poesia, roda de samba e feira.
As atividades abraçam o dia 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, que foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, em 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, líder do quilombo de Palmares. Assim, o dia remete à luta, à resistência e à cultura afro-brasileira, e o mês de novembro tem se tornado palco de ações que discutem racismo, desigualdade, pertencimento e identidade negra na sociedade brasileira. Assuntos que devem reverberar para além da data e do mês.