IF Sudeste MG atende toda a demanda da Saúde Pública por escudos faciais em Santos Dumont

Quando o Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais suspendeu atividades presenciais, em 17 de março, muitos servidores e alunos da instituição precisaram se adaptar rapidamente às circunstâncias. Era o momento de substituir a sala de aula por um emprego criativo e prático do conhecimento para suprir a necessidade da sociedade de se proteger do novo coronavírus. Em pouco mais de dois meses, um dos serviços mais importantes que a instituição prestou a Santos Dumont foi o atendimento de 100% da demanda da Saúde Pública na cidade por escudos faciais, essenciais para minimizar as chances de contágio pela Covid-19. Eram necessários cerca de 700 protetores, todos eles produzidos e cedidos até a semana passada.

Desde o fim de março, a professora Lívia Meneguitte Ávila, do Campus Santos Dumont, produz escudos faciais em impressora 3D: ela imprime a haste e, com o apoio da equipe, acopla a ela uma folha de acetato. Inicialmente como participante do Projeto Hígia, de um grupo de pesquisadoras de todo o Brasil, e depois com um projeto registrado no IF Sudeste MG, ela trabalhou incessantemente, conseguiu parceiros e ganhou aliados fundamentais: a servidora Iara Nascimento e os alunos bolsistas Stéphany Carvalho, Bianca Castro (Engenharia Ferroviária e Metroviária) e Breno Lamy (curso técnico em Mecânica), além de voluntários que já começaram a doar seu tempo à produção de EPIs.

O IFight, como o projeto ficou conhecido, também atuará na produção de máscaras de tecido, aventais, toucas e pantufas, mas a prioridade inicial foram os escudos. Entre as demandas da Secretaria Municipal de Saúde e do Hospital de Misericórdia de Santos Dumont, aproximadamente 700 equipamentos já protegem profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, auxiliares de serviços gerais, agentes de saúde e endemias, auxiliares administrativos e motoristas. Para esta semana, está prevista a disponibilização dos EPIs a trabalhadores da limpeza pública (caminhão de lixo).

Além dos itens disponibilizados diretamente pelo IFight, alguns parceiros do projeto foram essenciais para completar o atendimento a essa demanda: a equipe da ONG SOS 3D JF e o professor Vicente Almeida, também do Campus Santos Dumont, produziram e cederam escudos faciais à cidade. O projeto do IF Sudeste MG já começou também a fornecer equipamentos de proteção individual a municípios vizinhos. Em 29 de maio, por exemplo, 38 EPIs foram disponibilizados a profissionais de Saúde em Oliveira Fortes.

Formação humana

Para a professora Lívia, é impossível dissociar essa ação da própria formação humana dos alunos. "Acredito muito que pequenas iniciativas podem fazer a diferença nesse momento tão difícil de enfrentamento à Covid-19", avaliou a professora Lívia, ainda no início das impressões, "e não faz sentido ficar parada em quarentena se temos recursos e conhecimento, e isso pode ajudar a proteger as pessoas. É isso que pratico e sempre ensino aos nossos estudantes: mais do que profissionais, técnicos ou especialistas, devemos ser humanos, sensíveis e cuidadosos".

A primeira entrega de EPIs foi feita à Unidade Básica de Saúde do Boa Vista, vizinha ao IF Sudeste MG, já em 30 de março. "Estamos na porta de entrada, e as pessoas às vezes entram sem tomar os cuidados (de distanciamento), vêm falando diretamente conosco", explicou , quando da doação, a enfermeira Rosângela Ferreira da Silva, da UBS, "então, o primeiro aspecto é a segurança. Outro ponto ainda muito mais importante é que as pessoas passaram a conhecer nosso trabalho e dar valor a ele. Estamos muito gratos. É uma sensação muito grande de reconhecimento, de perceber que ainda há pessoas que se preocupam com a gente".

Para as próximas etapas, o IFight conta também com voluntários na cidade. É possível se cadastrar aqui. Para conhecer outros eixos do projeto, acesse as páginas no Facebook e no Instagram.

*Com informações da equipe do projeto IFight.