Projeto de pesquisa é tema de apresentação da MRS no Campus Santos Dumont do IF Sudeste MG

O Campus Santos Dumont do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais promove, nos sábados letivos de novembro, a Jornada de Ciência e Tecnologia 2022. Um dos eixos do ciclo de atividades, a Jornada da Ferrovia, teve sua abertura na manhã do último sábado (5 de novembro), com a apresentação “Ferrovia além dos trilhos”, conduzida no Laboratório de Operação Ferroviária da unidade por profissionais da MRS Logística. 

Os especialistas Larissa Nunes, em Manutenção Ferroviária, Mariana Paiva e Jean Carlo Tavares, em Gestão da Inovação, conversaram com estudantes dos dois cursos ferroviários da instituição: a graduação em Engenharia Ferroviária e Metroviária e a formação técnica em Manutenção de Sistemas Metroferroviários. A ideia, como sugere o título da apresentação, foi mostrar aos estudantes que o setor ferroviário vai além dos elementos habitualmente associados a ele. Para que tudo ande nos trilhos, são necessárias diversas especialidades, rotinas e inovações.

Colaboração entre setor privado e academia

A visita de profissionais da MRS Logística ao Campus Santos Dumont do IF Sudeste MG reforça a proposta de colaboração entre setor privado e academia, um movimento evidente não apenas na formação de profissionais, mas também na busca de soluções para os desafios enfrentados no dia a dia pelas empresas. 

Profissionais da MRS conversam com estudantes e professores

“A MRS está de portas abertas para receber novas ideias e desenvolvimentos que vêm da área acadêmica e do setor privado”, explicou a engenheira metalurgista Larissa Nunes. “Estamos aqui também por meio de uma parceria que a MRS e o IF estão avaliando, já na fase da minuta de contrato”. 

As conversas dizem respeito a um projeto de pesquisa do Campus Santos Dumont do IF Sudeste MG, financiado pela Fapemig, que aponta uma alternativa para minimizar flambagem e trinca de trilhos ferroviários. A proposta chamou atenção da concessionária no início deste ano, durante uma apresentação do Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário de Minas Gerais (do qual o Instituto Federal faz parte), e também foi pauta da ação do último sábado. 

Intitulada “Influência da aplicação de revestimentos na movimentação térmica em trilhos ferroviários”, a pesquisa surgiu a partir de uma observação do professor Fernando Caneschi, que soube da aplicação de revestimentos (tintas, por exemplo) nos Estados Unidos e em países da Europa como um recurso para reduzir a troca de calor entre os trilhos e o ambiente, ou seja, minimizar a dilatação e a contração que podem provocar flambagem e trinca. A medida tem o potencial de otimizar os métodos de manutenção já empregados pela empresa para evitar a alteração da geometria da vida e, portanto, acidentes. 

“O IF traz para a gente uma nova metodologia, para reduzir a absorção de energia pelo nosso trilho. Recebemos de portas abertas. Unimos a pesquisa a uma dor real da empresa para buscar o sucesso”, afirmou Larissa. 

Trilhos que serão submetidos a testes no Laboratório de Manutenção Ferroviária

O projeto de pesquisa do Campus Santos Dumont é coordenado pelo professor Carlos Artur Leal e tem a participação dos também docentes Philipe Pacheco e Fernando Caneschi e dos estudantes bolsistas Bianca Castro e Felipe Ramon Araújo, ambos da Engenharia Ferroviária e Metroviária. Os estudos estão na fase de experimentos realizados diretamente em trilhos cedidos pela MRS Logística, no Laboratório de Manutenção Ferroviária do IF. O trabalho conjunto poderá ser estreitado após a formalização da parceria. 

Durante a apresentação da MRS no último sábado, Bianca e Felipe também explicaram às turmas o andamento do projeto. Os alunos e os professores Carlos e Fernando estarão no 1º Seminário do Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário, na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em 21 de novembro. 

A formação para o setor ferroviário 

Outro ponto abordado durante a palestra foi a disposição da concessionária para a possibilidade de contratação de futuros técnicos e engenheiros. O Campus Santos Dumont do IF Sudeste MG, aliás, tem o diferencial de formar profissionais diretamente para o setor ferroviário, o que é um ponto importante para as empresas do segmento. 

“No Brasil são, por exemplo, apenas três instituições de ensino superior que oferecem a Engenharia Ferroviária (UFSC e IF Sudeste MG com a Engenharia Ferroviária e Metroviária e UFPA com a Engenharia Ferroviária e Logística). Temos (na empresa) engenheiros de várias áreas. A Ferrovia está aberta a tudo, mas é muito importante ter uma instituição próxima de nós formando pessoas para o setor ferroviário”, completou Larissa.