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“Uma força chamada Neabis”: participantes fazem balanço do VII Eras e VII Enneabi e comemoram resultados em âmbito nacional

Potencialização do combate ao racismo estrutural e visibilidade dos Núcleos diante de ministérios foram alguns dos pontos destacados
Exibir carrossel de imagens Nego Bispo abrilhanta a primeira noite com sua fala

Nego Bispo abrilhanta a primeira noite com sua fala

Os benefícios e conquistas de um evento como o VII Eras e VII Enneabi são bastante evidentes, especialmente para quem esteve presente no Campus São João del-Rei entre os dias 14 e 16 de setembro de 2023. Mas a avaliação de gestores, organizadores e outros profissionais envolvidos na realização naturalmente desperta a necessidade de um registro especial, já que esses depoimentos trazem consigo impressões pessoais e perspectivas únicas, capazes de ampliar a dimensão de desdobramentos do evento. Sem pretensão de esgotar os diferentes vieses desta conquista, listamos alguns deles aqui.

A avaliadora de trabalhos e servidora do IF Sudeste MG Pollyana Esteves conta que surpreendeu-se com a quantidade de submissões de propostas. Foram 70 trabalhos selecionados dentro da temática do evento, ou seja, voltado ao fortalecimento e valorização da negritude e combate ao racismo, sendo que muitos refletiam a prática dos Neabs e Neabis dentro de cada instituição. A avaliadora ainda destacou as oportunidades que o evento proporciona nacionalmente: “muitos estudantes vieram de longe e alguns participaram pela primeira vez. O brilho no olhar é muito bonito.”

Uma força chamada Neabis

 A Pró-reitora de Extensão do IF Sudeste MG e quem esteve à frente do evento, Rosana Machado, diz enxergar esta conquista (a realização do VII Eras e VII Enneabi como "algo maravilhoso". Segundo ela “o evento em si traz para a gente um resultado fantástico que é o seguinte: o Ministério da Igualdade Racial e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, ambos relataram como é ver a força da rede dentro de um evento nacional; ver os trabalhos sendo apresentados, as discussões, os fóruns… eles viram como isso é é importante para a Rede Federal. Além disso, viram como a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica pode contribuir para alcançar os objetivos desses Ministérios”, declarou Rosana, comemorando como um objetivo alcançado.

“O Ministério da Igualdade Racial e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, ambos relataram como é ver a força da rede dentro de um evento nacional (...). Além disso, viram como a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica pode contribuir para alcançar os objetivos desses Ministérios”.

 “Isso que a gente queria mostrar. Quando a gente convida os Ministérios e a Setec para estarem presentes, é pra gente mostrar isso: temos uma força e temos uma articulação nacional e precisamos do apoio de vocês.”

Vale destacar que estes Ministérios (Igualdade Racial e Desenvolvimentos Agrário), bem como o SETEC/MEC, a CONNEABS (Consórcio Nacional de Núcleo de Estudos Afro Brasileiros) e a ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores Negros) também estiveram presentes na abertura solene por meios dos seguintes representantes: Natália Néris, Antônio Criolo, Marilene Garcia, Lígia Ferreira e Silvani Valentim, respectivamente. 

Juntos a eles na mesa solene também estavam o reitor do IF Sudeste MG, André Diniz; a Pró-reitora de Extensão e presidenta da Comissão Organizadora, Rosana Machado e a diretora-Geral do Campus São João del-Rei, Teresinha Magalhães.

Após a abertura solene, aconteceu a conferência de abertura com Nego Bispo e Felipe Tuxá na noite do dia 14 de setembro no Teatro Municipal. Palestrantes com falas potentes sobre os saberes ancestrais e a reivindicação por um espaço na academia para os povos originários.

Nego Bispo brincou sobre o fato de ter ido ao evento sobre aquelas que, segundo ele, eram as “suas condições”. “Eu só viria se tivesse pró-labore, claro. Porque ganhei tudo o que pedi, mas menos do que mereço. Pois aquele que trabalha em um lugar que todos ganham menos ele, já é um escravo. Então, eu me nego a uma escravição intelectual”, ressaltou. 

NEABIs, NEABs e a Rede Federal

Para Rosana, o trabalho dos Institutos, Cefets e colégios de aplicação que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica vai ao encontro dos objetivos destas instituições e extrapola questões tecnológicas ou de empreendedorismo: “Existe uma força chamada Neabis que precisam também do seu olhar, precisam também do seu apoio” disse a pró-reitora, direcionando-se aos representantes do governo. 

A partir deste anseio por visibilidade e compreensão do papel dos Neabs e grupos correlatos da Rede Federal, foram realizados quatro fóruns durante o VII Eras e VII Enneabi, cujas discussões originaram quatro cartas refletindo os avanços que os participantes consideram necessárias. As cartas serão direcionadas aos ministérios, favorecendo a visibilidade dos Núcleos, mas principamente pedindo modificações que possam promover a inclusão dos Neabs na pauta Nacional. Tudo para permitir o rompimento do “racismo estrutural que permeia nossas instituições”, como explica Rosana.

Cabe destacar que a pró-reitora recebeu diversos agradecimentos após o evento, muitos contendo elogios à organização e chamando à continuidade das ações, como o de Antônio Crioulo, que representou o Ministério do Desenvolvimento Agrário e de Ana Saboia, que esteve presente em nome do Ministério da Igualdade Racial.

A centralização e a institucionalização das discussões 

Partindo da ideia de que “ Instituto não é feito de uma metodologia de educação em massa”, o reitor André Diniz destacou vertentes que considera importantes para a compreensão do papel do VII Eras e VII Enneabi. E a primeira delas é centralização institucionalizada das discussões: levar a questão racial e as singularidades dos indivíduos ao centro das discussões e tratá-los como “parte essencial da nossa metodologia de ensino”, definiu o reitor. 

De forma complementar, André enxerga o evento como o “pico” de uma série de trabalhos. “Ele é um ápice que precisa ser continuado. Vem para dar força para seguirmos em frente. Teremos outros ápices, outros coroamentos e, aos poucos, a gente vai ganhando força. “A gente” que eu digo é a população negra, a população LGBTQIAP+, pessoas com deficiência … aquelas que historicamente são colocadas à parte da sociedade. Nossa perspectiva é de fazer uma instituição para todas as pessoas”, considerou o reitor. 

Outro ponto colocado pelo gestor foi a visibilidade nacional proporcionada ao trabalho do IF Sudeste MG: “a gente tem muita coisa boa acontecendo. E poder realizar um encontro nacional como esse, com gente do país inteiro, pessoas importantíssimas dentro dessa temática, conhecendo o Campus e a nossa nossa realidade.. isso nos coloca em um protagonismo”, descreveu André, referindo-se a esta protagonização não como sinônimo de superioridade, mas no sentido de demonstrar o quanto a instituição tem condições de caminhar.

Acesse todas as notícias sobre o VII Eras e VII Enneabi no portal: ifsudestemg.edu.br/noticias/reitoria 

Texto: Elisa Franco- COGECOM Reitoria

Revisão e fotos: Juliana Rodrigues